
Era pra ser mais uma corrida de delivery, dessas que a gente vê aos montes cruzando a cidade. Só que a encomenda, dessa vez, não era um lanche ou uma pizza quentinha. Na verdade, era pura ilusão – uma artimanha que ruiu feito castelo de cartas.
Em plena capital mineira, um jovem de 22 anos decidiu dar um uso criativo, pra não dizer criminoso, a uma bolsa térmica de aplicativo. A ideia? Usar o acessório como fachada perfeita para distribuir drogas pela região do Barreiro. Ingenioso? Até pode parecer. Mas a farsa durou pouco.
A investida da polícia e a queda do disfarce
Numa ação de inteligência que já vinha sendo planejada há tempos – coisa de quem não nas ontem –, os investigadores da Polícia Civil meteram o pé na porta e puseram tudo a limpo. Apreenderam nada menos que 49 porções de maconha, 19 pedras de crack e uma porção de cocaína. Sem falar, é claro, na tal bolsa térmica, que virou quase um símbolo da ousadia do crime.
O pior de tudo é que o suspeito nem era cadastrado como entregador em plataforma alguma. Ou seja, a figura era totalmente falsa, uma invencionice pra circular sem levantar bandeira vermelha. Quem diria, hein?
Não é novidade, mas preocupa
Pois é. Esse tipo de estratégia não é exatamente nova – já rola em outras cidades também. Os caras se aproveitam da correria do dia a dia, do vai e vem de motoboys e da naturalidade com que enxergamos esses trabalhadores. Eles viram quase invisíveis. E aí mora o perigo.
O delegado Emerson Lopes, que comanda a investigação, soltou o verbo: a parada é séria e a gente precisa ficar de olho. “A população tem que estar atenta e denunciar”, avisou. E faz sentido. Afinal, quando um disfarce bobo desses funciona, é sinal de que o problema já raiou generalizado.
O rapaz foi detido e agora responde por tráfico de drogas. A justiça, como sempre, segue seu curso. Mas fica o alerta: às vezes, o perigo pode estar onde a gente menos espera – até mesmo numa simples bolsa de delivery.