
O ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein teve sua condenação por crimes sexuais anulada pela Corte de Apelações de Nova York nesta quinta-feira. A decisão foi tomada após a descoberta de que o juiz do caso permitiu que testemunhas não relacionadas aos crimes alegados depusessem, o que pode ter influenciado indevidamente o júri.
Segundo a corte, o juiz do julgamento original cometeu um "erro grave" ao permitir que três mulheres que não eram vítimas nos casos em questão testemunhassem contra Weinstein. Além disso, há relatos de que membros do júri teriam sofrido ameaças durante o processo.
Repercussão imediata
A anulação do julgamento causou revolta entre grupos de defesa dos direitos das mulheres. "Esta decisão é um golpe para todas as sobreviventes de violência sexual", declarou uma porta-voz da organização Time's Up.
Weinstein, que atualmente cumpre pena de 23 anos de prisão na Califórnia por outros casos de agressão sexual, poderá agora enfrentar um novo julgamento em Nova York. Seus advogados comemoraram a decisão, afirmando que "a justiça finalmente prevaleceu".
O caso que abalou Hollywood
As acusações contra Weinstein foram o estopim do movimento #MeToo em 2017, quando dezenas de mulheres na indústria do entretenimento vieram a público relatar assédios e abusos. O caso se tornou símbolo da luta contra a cultura de impunidade em casos de violência sexual.
Especialistas jurídicos afirmam que a anulação não significa a inocência de Weinstein, mas sim que o processo foi conduzido de maneira inadequada. O Ministério Público de Nova York já anunciou que pretende levar o caso a julgamento novamente.