Os números são chocantes e deixam qualquer um de cabelo em pé: a Paraíba viu os casos de racismo dispararem quase 390% em apenas 12 meses. Sim, você leu certo - não é erro de digitação. O que era pra ser uma estatística vergonhosa virou um verdadeiro pesadelo social.
Segundo levantamentos recentes, o estado saltou de 18 registros no primeiro semestre de 2024 para impressionantes 88 casos no mesmo período deste ano. Uma escalada que, convenhamos, não dá pra ignorar ou botar debaixo do tapete.
O que está por trás desse cenário assustador?
Especialistas em direitos humanos arriscam algumas explicações - e nenhuma delas é exatamente animadora. Tem quem aponte o dedo para o aumento da conscientização sobre a importância de denunciar (o que, em tese, seria positivo). Outros, porém, enxergam aí um recrudescimento preocupante do preconceito racial na região.
"Não podemos naturalizar esses dados", alerta a antropóloga Maria do Socorro, pesquisadora da UFPB. "Quando a violência racial cresce nesse ritmo, é sinal de que algo muito errado está acontecendo na estrutura social."
Os números que doem
- Janeiro a junho de 2024: 18 ocorrências
- Mesmo período em 2025: 88 registros
- Aumento percentual: 388,89% (quase 390%)
E olha que esses são só os casos que chegaram às autoridades. Todo mundo sabe - ou deveria saber - que a subnotificação nesse tipo de crime é enorme. Muita gente ainda tem medo de denunciar ou simplesmente não acredita que vai adiantar alguma coisa.
O que fazer diante desse tsunami de ódio?
Movimentos sociais cobram medidas urgentes. Entre as reivindicações:
- Campanhas massivas de conscientização
- Capacitação de policiais e agentes públicos
- Agilização nos processos judiciais
- Políticas afirmativas mais robustas
Enquanto isso, nas ruas, o clima é de apreensão. "A gente vive com medo", desabafa o comerciante João Batista, vítima de discriminação racial no centro de João Pessoa. "Não é possível que no século XXI ainda tenhamos que lidar com isso diariamente."
Pois é, João. Infelizmente, os números mostram que não só é possível como está ficando pior. Muito pior. E agora, Paraíba? O que vamos fazer com essa bomba-relógio social?
