
Era pra ser mais um daqueles eventos oficiais, sabe? Daqueles que a gente já conhece o roteiro: discursos prontos, apertos de mão fotogênicos e promessas que o vento leva. Mas a conferência no Palácio do Planalto desta quarta-feira reservava uma surpresa desagradável — daquelas que deixam gosto amargo na boca.
Mulheres que compareceram ao evento relataram situações francamente constrangedoras. Uma delas, que prefere não se identificar — e quem pode culpá-la? —, descreveu a cena como "um retrocesso de décadas em questões de respeito e dignidade".
O que realmente aconteceu nos bastidores?
Detalhes emergem aos poucos, pintando um quadro preocupante. Segundo testemunhas, houve desde comentários inapropriados até situações que beiraram o assédio moral. Uma participante chegou a ser interrompida de forma grosseira enquanto tentava expor seu ponto de vista — algo que, convenhamos, não deveria acontecer nem numa reunião de condomínio, quanto mais num evento governamental.
O paradoxo é gritante: um governo que se gaba de suas políticas feministas permitindo que situações assim ocorram sob seu teto. A ironia seria cômica se não fosse trágica.
E os organizadores? O que dizem?
Até o momento, silêncio ensurdecedor. Nenhum pronunciamento oficial, nenhum pedido de desculpas público. O que me faz pensar: será que consideram isso normal? Aceitável? Corriqueiro?
Pior ainda: algumas fontes sugerem que tentativas de formalizar queixas foram recebidas com indiferença. Como se fosse apenas "mais um dia qualquer" na política brasileira.
E assim vamos nós, navegando entre a incredulidade e a revolta. Porque no fundo — e digo isso com a franqueza de quem já viu muitas coisas nessa vida —, esperávamos mais. Bem mais.
Resta a pergunta que não quer calar: até quando?