Ramagem: Autor de Projeto de Anistia Antes da Condenação por Golpe - Revelação Explosiva
Ramagem: Anistia antes da condenação por golpe

Eis que a política brasileira nos apresenta mais um daqueles capítulos que parecem saídos de um roteiro de suspense – e olha que a gente já viu cada coisa. Alexandre Ramagem, nome que não sai dos holofotes pelos motivos mais controversos, aparece agora no centro de uma revelação no mínimo curiosa.

Pouco antes de ser condenado – sim, condenado – pela sua participação na trama golpista que abalou o país, o ex-deputado foi um dos autores de um projeto de lei propondo anistia ampla, geral e irrestrita. A ironia? Quase palpável.

Pois é. A informação veio à tona através de uma investigação da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, que vasculhou toneladas de documentos e mensagens. E não foi pouco coisa: o tal projeto, de número 5.069 de 2023, pretendia basicamente perdoar todo e qualquer crime eleitoral cometido até 31 de dezembro daquele ano. Conveniente, não?

O timing que não engana

O que chama atenção – e como chama – é o calendário das ações. Ramagem trabalhou no texto da proposta em outubro do ano passado. Dois meses depois, em dezembro, veio a condenação em primeira instância pelo Superior Tribunal de Justiça. Nada mal como estratégia, hein?

Mas calma, tem mais. A PF encontrou nas investigações provas concretas de que o parlamentar não apenas idealizou a proposta, como discutiu seus detalhes com outros envolvidos no esquema. Mensagens apreendidas mostram conversas que deixam pouco espaço para dúvidas.

E as repercussões?

Bom, é de se imaginar que a descoberta não caiu bem – pra dizer o mínimo. Juristas ouvidos pela imprensa já classificaram a manobra como “tentativa descarada de blindagem jurídica”. Algo como um salvo-conduto para si mesmo e para os companheiros de ideologia.

E a pergunta que fica, claro, é: será que ele realmente acreditava que isso passaria despercebido? Ou foi um movimento desesperado de quem via a rede se fechando? Difícil dizer, mas o fato é que a justiça parece não ter engolido a jogada.

Ramagem, que já comandou a Polícia Federal e é considerado próximo do ex-presidente Bolsonaro, responde agora por vários crimes – entre eles, associação criminosa e interceptação telefônica ilegal. E essa nova revelação só joga mais lenha numa fogueira que já estava bem acesa.

O caso segue em andamento, e algo me diz que ainda vamos ouvir falar muito dele. Como sempre, a política brasileira não decepciona quem gosta de um drama com doses generosas de suspense e ironia.