
O clima no Supremo Tribunal Federal está pesado — e com razão. A Procuradoria-Geral da República acabou de entregar suas alegações finais no processo que investiga o tal "Núcleo 3" da suposta trama golpista pós-eleição. E olha, não foi nada gentil.
Nove pessoas. Nove. É esse o número de acusados que a PGR quer ver condenados. A lista inclui tanto militares quanto civis, todos apontados como peças-chave nessa tentativa — segundo o MP — de desestabilizar o resultado das urnas em 2022.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, não economizou na petição. O documento, que é a etapa final antes da decisão do ministro relator, Alexandre de Moraes, detalha as acusações de forma incisiva. Crimes contra o Estado Democrático de Direito, claro, estão no topo da lista. Mas a coisa vai além.
Os principais alvos da denúncia
Dos nove nomes, alguns já são velhos conhecidos do grande público. Figuras que, nas palavras da PGR, "articulavam, de forma concertada, medidas para subverter a ordem constitucional". A acusação é grave, pesada — e, se comprovada, pode render anos de reclusão.
O que me impressiona, francamente, é o nível de detalhe das alegações. A Procuradoria não apenas lista os crimes, mas conecta os pontos entre reuniões, mensagens trocadas e planos supostamente traçados nos bastidores. É uma narrativa complexa, que pinta um quadro sombrio daqueles dias turbulentos.
O que acontece agora?
Com as alegações finais da PGR na mesa, a bola agora está com a defesa dos acusados. Eles terão um prazo para apresentar suas contrarrazões, tentando demolir o castelo de argumentos construído pelo Ministério Público. Depois disso, o caso segue para as mãos do ministro Alexandre de Moraes, que dará a palavra final — pelo menos em primeira instância.
É um daqueles processos que vai marcar época, não tenho dúvida. Seja pelo que representa em termos de defesa da democracia, seja pelos desdobramentos políticos que certamente virão. O Brasil, mais uma vez, se vê diante do espelho — e a imagem refletida é, no mínimo, inquietante.
O que você acha? Justiça sendo feita ou mais um capítulo na politicagem nacional? Difícil dizer, mas uma coisa é certa: o STF não parece disposto a baixar a guarda tão cedo.