PF desvenda esquema milionário: gráfica em RO acusada de plágio e fraude em licitação
PF investiga fraude em licitações com prejuízo de R$ 38 mi

Eis que a Polícia Federal puxa o fio de uma meada que ninguém imaginava tão grande. Em Rondônia, uma gráfica — aquelas que a gente passa na rua sem nem notar — virou o centro de um furacão. Plágio descarado, documentos falsificados e um prejuízo que faz qualquer um torcer o nariz: mais de R$ 38 milhões sumindo dos nossos bolsos.

Detalhe que corta como faca quente: a empresa, que prefiro não nomear (afinal, processo corre em segredo de Justiça), teria usado artimanhas dignas de filme de espionagem para vencer licitações. E olha que não foi coisa de um dia pra outro — segundo as investigações, o esquema rolava há tempos, quietinho, até alguém resolver abrir o bico.

Como o castelo de cartas começou a desmoronar

Numa dessas ironias do destino, foi um detalhe mínimo que começou a derrubada. Um documento com fonte diferente, uma assinatura que não batia... Coisa de quem achou que ninguém ia notar. Só que notaram. E como!

  • Primeiro ato: Denúncia anônima chega à PF em março passado
  • Reviravolta: Peritos descobrem que projetos eram cópias descaradas de concorrentes
  • O golpe: Mesmo endereço comercial de outra empresa já punida por irregularidades

O delegado responsável — vamos chamá-lo de «Doutor X» por questões óbvias — soltou uma frase que resume tudo: «Isso aqui é manual do como não fazer negócios com o poder público.» E não é que ele tem razão?

O que diz a defesa? (Ou tentam dizer)

Os advogados, claro, saíram com o discurso pronto: «Inocência até prova em contrário». Só que, entre nós, quando a PF já tem provas documentais, gravações e até prints de conversas, fica difícil sustentar essa narrativa. Parece aquela velha história do «foi um mal-entendido» que ninguém engole.

E tem mais: fontes próximas ao caso contam que os investigados tentaram, sem sucesso, alegar que eram «vítimas de perseguição política». Só esqueceram de avisar que perseguição não costuma vir acompanhada de toneladas de evidências.

O estrago no bolso do contribuinte

R$ 38 milhões. Dá pra construir quantas escolas? Quantos postos de saúde? Enquanto isso, o dinheiro foi parar sabe-se lá onde — mas uma coisa é certa: não cumpriu o prometido nos editais.

O pior? Isso pode ser só a ponta do iceberg. Investigadores suspeitam que o mesmo modus operandi foi usado em outros estados. A PF já cruzou dados com operações similares no Norte e Nordeste.

Morador de Porto Velho que acompanha o caso não esconde a revolta: «Todo mundo sabe como essas coisas funcionam, mas ver na sua cara assim dói», desabafa um servidor público que preferiu não se identificar. E ele não está errado.