
O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, revelou que a minuta de um possível golpe apresentada ao ex-presidente Jair Bolsonaro era semelhante ao documento encontrado na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (24) e acendeu um novo debate sobre os eventos que antecederam as eleições de 2022.
Segundo Freire Gomes, o teor do documento apresentado a Bolsonaro continha pontos idênticos aos do texto apreendido pela Polícia Federal na residência de Torres. O material sugeria medidas extremas para interromper o processo eleitoral, incluindo a decretação de estado de defesa.
Contexto político
O caso ganhou destaque após as investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. As semelhanças entre os documentos reforçam as suspeitas de que havia um plano coordenado para desestabilizar a democracia brasileira.
Reações
Freire Gomes, que se opôs publicamente a qualquer tentativa de golpe, afirmou que alertou Bolsonaro sobre as consequências catastróficas de tais medidas. "Deixei claro que o Exército não apoiaria ações ilegais", declarou o general em depoimento.
O ex-ministro Anderson Torres, por sua vez, nega qualquer envolvimento com o suposto plano golpista e afirma que o documento encontrado em sua casa fazia parte de arquivos pessoais sem relevância.