
Não é brincadeira, não. Enquanto milhões de brasileiros enfrentavam filas intermináveis e burocracias kafkianas para receber uma mísera ajuda do governo durante a pandemia, os "bem-nascidos" da vida davam um jeitinho. Dessa vez, a filha do ex-prefeito Marcelo Lima — aquele mesmo afastado após a operação da PF que sacudiu São Paulo — recebeu nada menos que 16 parcelas do auxílio emergencial.
Parece piada, mas é a mais pura realidade. Segundo apurou nossa equipe, os depósitos começaram em abril de 2020 e seguiram religiosamente até julho do ano passado. Convenientemente, bem no período em que o pai dela estava no comando da prefeitura. Coincidência? O Ministério Público Federal já tem suas teorias.
Dinheiro que não pingou para quem precisava
Detalhe que corta como faca quente: enquanto isso, mães solo, trabalhadores informais e diaristas — os verdadeiros necessitados — viam seus pedidos serem negados por "inconsistências no cadastro". Alguns até morreram de Covid antes de ver um centavo.
"É revoltante", dispara a dona Maria, diarista que perdeu o emprego na pandemia. "Eu, que sempre paguei meus impostos, fiquei sem nada. E essa moça aí, que nunca precisou trabalhar, mamou nas tetas do governo."
O que diz a defesa?
Os advogados da família Lima — sim, eles têm uma equipe inteira — alegam que tudo foi "mero engano do sistema". Dizem que a jovem (cujo nome a gente até poderia citar, mas pra que dar mais ibope?) teria se cadastrado "como qualquer cidadão" e que os critérios de elegibilidade "não eram claros".
Bom, vamos combinar: quando você é filha de um prefeito com salário de R$ 30 mil, carro oficial e casa paga pelo erário, dificilmente se encaixa no perfil de "extrema pobreza". Mas no Brasil, como sabemos, as regras são flexíveis... para alguns.
O que vem por aí
A PF já está de olho em outros casos suspeitos na região. Fontes próximas à investigação dizem que esse pode ser só a ponta do iceberg de um esquema maior. Enquanto isso, o ex-prefeito continua afastado — mas, adivinhem?, recebendo seu salário integralmente.
E a filha? Bom, pelo menos devolveu o dinheiro... depois que a imprensa pegou no pé. Justiça seja feita, né? Ou quase.