
Não é de hoje que a política potiguar enfrenta turbulências, mas essa história vai deixar muita gente de cabelo em pé. A ex-governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, e a empreiteira Construções Andrade Gutierrez levaram uma rasteira da Justiça Federal nesta terça-feira (17).
O motivo? Um esquema de propina que envolveu a construção da Arena das Dunas – aquele estádio faraônico que consumiu uma fortuna dos contribuintes.
Os números que doem no bolso
Pensa num rombo: R$ 6,7 milhões desviados só nessa operação. A Justiça calculou o prejuízo com precisão cirúrgica. Rosalba pegou 14 anos de cana – e olha que a dosimetria penal já foi generosa. A empreiteira, aquela que deveria construir, mas preferiu destruir a confiança pública, foi multada em R$ 20 milhões.
Não foi um deslize, foi um projeto orquestrado. A propina correspondia a exatos 2% do valor total da obra. Dois por cento que valeram uma condenação histórica.
Como o esquema funcionava?
Ah, a criatividade humana para coisas erradas é impressionante. Os pagamentos ilícitos eram maquiados como… adivinha? Doações eleitorais! Sim, aquelas doações que deveriam ser transparentes viraram moeda de troca para desviar verba pública.
O dinheiro saía dos cofres da empreiteira, vestia uma fantasia de contribuição legal e entrava nas campanhas de forma sorrateira. Uma artimanha que parecia inteligente, mas que a Justiça desmontou peça por peça.
As consequências além das grades
Rosalba não vai só passar um tempinho atrás das grades. Perdeu os direitos políticos por oito anos – e olha que isso dói mais que queimadura de sol no sertão. Foi condenada por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Um trio nada glorioso.
Do outro lado, a Andrade Gutierrez também se enrolou na própria teia. Além da multa milionária, a empresa agora carrega na ficha a pecha de envolvimento em organização criminosa. Uma mancha que não sai com simples公关.
O caso é emblemático. Mostra como a operação Lava Jato, mesmo com seus altos e baixos, deixou um legado de investigações que continuam rendendo frutos – ou melhor, podres. A Arena das Dunas, que deveria ser símbolo de progresso, virou monumento à corrupção.
E o povo do RN? Esse fica com o prejuízo duplo: pagou a obra e ainda bancou a propina. Ironia cruel do destino.