
Eis uma daquelas situações que parecem saídas de um roteiro de novela, mas aconteceram de verdade nos corredores da prefeitura de Santos. A enteada do prefeito, até então ocupante de um cargo público, foi sumariamente exonerada depois que se descobriu sua atuação em ações contra… pasme… a própria administração municipal.
Não dá pra dizer que foi uma surpresa total — afinal, quando se mexe com vespeiro político, é melhor usar luvas de aço. Mas a velocidade do processo deixou até os mais experientes de queixo caído. Em menos de 48 horas após a descoberta, a moça já estava com os pertences em uma caixa de papelão.
O que exatamente aconteceu?
Pelos bastidores, soube-se que a funcionária (cujo nome a gente omite por questões legais) estava envolvida em pelo menos dois processos:
- Ajuizou ação questionando licitações da prefeitura
- Participou de manifestações contra medidas do tio-afim (sim, o prefeito)
E olha que ironia: ela ocupava justamente um cargo na área jurídica da administração. Quer dizer, estava literalmente "do lado de dentro" quando decidiu virar o jogo.
Reações à exoneração
O gabinete do prefeito soltou uma nota seca, daquelas que mais escondem do que revelam: "Decisão técnica baseada em incompatibilidade de atribuições". Já a oposição abriu o berreiro, chamando o ato de perseguição política.
Entre os servidores públicos, o clima ficou dividido. Alguns acham que ela cavou a própria cova, outros defendem que estava apenas exercendo direitos constitucionais. "Se nem parente do rei pode criticar o reinado, a gente vive o quê? Uma monarquia disfarçada?", soltou um colega de trabalho que preferiu não se identificar.
Juridicamente falando, a situação é um prato cheio para os especialistas em Direito Administrativo. Afinal, até que ponto um funcionário público pode questionar — judicialmente mesmo — as políticas do governo que o emprega?
Enquanto isso, nas redes sociais, o caso virou piada pronta. Memes com "família é família, mas negócios à parte" pipocaram no Twitter. No boca a boca dos bares da orla santista, o assunto rendeu — e como!