O silêncio da noite em Belo Horizonte foi quebrado por rajadas de tiros nesta quarta-feira (10). E quando a poeira baixou, lá estava ele: Jefferson da Silva Rocha, 34 anos, estendido no chão da Rua Sapucaí, no bairro Santo Antônio. O mesmo homem que há quase três anos chocou o país com um crime brutal motivado por… eleições.
Sim, você leu certo. Política. Aquele assunto que devia unir mas que às vezes separa de forma definitiva.
Jefferson era acusado de um daqueles crimes que ficam na memória coletiva. Dois dias após as eleições de 2022, invadiu a casa de Maria de Fátima, 52 anos, e sua filha Júlia, de apenas 17. Motivo? Aparentemente porque a família havia votado diferente dele. Dois tiros, duas vidas perdidas.
O que aconteceu na noite desta quarta?
Por volta das 22h30, testemunhas ouviram o barulho seco de disparos — não foram poucos. Correram para a janela e viram um homem caído na calçada enquanto dois indivíduos fugiam em direção à Avenida do Contorno. Ninguém quis se identificar, claro. Medo? Com certeza.
A Polícia Militar chegou rápido, mas já era tarde. Jefferson tinha pelo menos cinco perfurações no tórax e na cabeça. Os bombeiros tentaram reanimá-lo, mas… bem, alguns tiros não dão margem para milagres.
Um passado que persegue
O caso de 2022 foi particularmente cruel. Maria de Fátima era auxiliar de produção; Júlia, estudante. Vizinhos disseram que Jefferson era conhecido por discussões políticas acaloradas, mas ninguém imaginava que chegaria àquilo.
Ele estava em liberdade condicional — a lentidão da justiça brasileira é outra discussão que esse caso traz à tona — e respondia em liberdade. Até esta noite.
"A gente sempre teme que algo assim aconteça", comentou um vizinho que preferiu não se identificar. "Quando a justiça não age, as pessoas tomam as rédeas nas próprias mãos."
E não é que ele tem razão? Quantos casos assim já vimos? A pergunta que fica: isso é justiça ou apenas mais um ciclo de violência?
O que sabemos sobre a execução?
- Local: Rua Sapucaí, Santo Antônio, região Centro-Sul de BH
- Horário: Por volta das 22h30
- Vítima: Jefferson da Silva Rocha, 34 anos
- Modus operandi: Dois homens em fuga, vários tiros
- Estado da vítima: Morto no local
A Polícia Civil agora investiga se a execução tem relação com o duplo homicídio de 2022. Seria vingança? Justiça com as próprias mãos? Ninguém sabe ao certo ainda, mas as hipóteses são óbvias demais para ignorar.
O caso reacende discussões sobre até onde vai a impunidade e como a frustração com o sistema judicial pode levar a ações extremas. Em um país onde processos se arrastam por anos, não é surpresa que alguns prefiram "atalhos".
Enquanto isso, duas famílias destruídas — a das vítimas originais e agora a de Jefferson. Porque sim, ele também tinha família. A violência, no fim das contas, só deja rastros de dor.
