Eis que a cena mais improvável acontece numa quarta-feira aparentemente comum em Mato Grosso. Um grupo que se autodenomina 'Tropa dos Caramelos' — sim, você leu certo — resolveu fazer uma vigília nada discreta em frente à Delegacia de Homicídios de Várzea Grande. Não, não é roteiro de filme. É a realidade brasileira mostrando sua face mais surreal.
As imagens, que circularam feito rastilho de pólvora nas redes sociais, mostram algo que poucos esperariam ver: integrantes do grupo filmando e acompanhando — com uma tranquilidade quase perturbadora — a movimentação dos policiais civis. Eles estacionaram seu veículo bem em frente à delegacia, como quem espera um ônibus, mas com uma câmera na mão e... curiosidade.
Mas quem são esses 'vigilantes'?
Pois é, a pergunta que não quer calar. A Polícia Civil, obviamente, não ficou nada satisfeita com a visita inesperada. Eles afirmam que o grupo não tem nenhuma ligação com a instituição. Zero. Nada. A delegacia é especializada em investigar homicídios, um lugar de trabalho sério e pesado, e de repente vira palco para essa... performance?
O mais intrigante? A alegação dos tais 'Caramelos'. Eles disseram, com todas as letras, que estavam lá para 'prestar solidariedade' e 'acompanhar o trabalho' dos investigadores. Solidariedade? Acho que ninguém comprou essa explicação. A polícia certamente não comprou.
O recado claro das autoridades
A reação oficial foi rápida e direta. A Polícia Civil emitiu um comunicado deixando bem claro que repudia veementemente esse tipo de ação. Eles reforçaram que a atividade policial é técnica, regrada por lei, e que a presença de pessoas não autorizadas — ainda mais filmando tudo — atrapalha pra caramba o andamento dos trabalhos sérios que realizam.
E tem mais: a corporação deixou claro que vai apurar a ação do grupo. A situação toda, segundo eles, será investigada para determinar se houve algum crime ou se as imagens podem de alguma forma atrapalhar investigações em andamento. O clima, definitivamente, não é de brincadeira.
O caso escancara uma discussão que vai muito além do fato inusitado. Até onde vai o direito de filmar? Qual o limite entre a curiosidade pública e o obstrucionismo do trabalho das autoridades? Uma coisa é certa: a 'Tropa dos Caramelos' conseguiu, no mínimo, levantar um debate necessário — ainda que de uma maneira das mais esquisitas.
