Operação da Polícia Civil desmonta fábrica clandestina de cilindros de GNV no Rio de Janeiro
Polícia desmonta fábrica clandestina de GNV no Rio

Era uma sexta-feira comum no bairro de Cavalcanti, Zona Norte do Rio, quando agentes da 33ª DP (Méier) colocaram em ação um plano minucioso. Alvo: um galpão discreto que escondia uma operação capaz de colocar em risco a vida de quem passasse pelas ruas da cidade.

Dentro do local, a cena era digna de filme de suspense. Três cilindros de GNV - aquele gás que move milhares de carros pela cidade - estavam sendo manipulados de forma absolutamente irregular. Dois homens, com idades de 41 e 49 anos, trabalhavam como se fosse uma atividade qualquer, mas a verdade é que cada cilindro adulterado era uma bomba-relógio sobre rodas.

Risco calculado ou pura imprudência?

O que mais choca na história é a frieza com que o esquema funcionava. Os investigadores descobriram que os cilindros eram reaproveitados de maneira perigosa, sem o mínimo de cuidado técnico necessário. E olha que estamos falando de equipamentos que armazenam gás sob alta pressão - uma verdadeira ameaça ambulante.

Os policiais apreenderam todo o material usado na falsificação. Máquinas de solda, ferramentas especializadas e, claro, os cilindros que seriam colocados no mercado. Imagina só: você abastece o carro pensando estar economizando, mas na verdade está dirigindo um potencial acidente.

Duas prisões que podem evitar tragédias

Os dois suspeitos nem tentaram reagir quando viram a polícia chegando. Presos em flagrante, agora respondem por crime ambiental - afinal, a adulteração desses equipamentos representa um perigo não só para as pessoas, mas para o meio ambiente também.

O delegado responsável pela operação foi enfático: "Cada cilindro irregular que deixava esse galpão era uma roleta russa nas mãos de condutores desavisados". E não é exagero. O GNV mal instalado ou em recipientes inadequados pode vazar, explodir... enfim, o pior cenário possível.

Curiosamente, o galpão ficava numa área residencial. Vizinhos relataram movimentação estranha, mas ninguém imaginava o risco que corriam diariamente. Isso me faz pensar: quantos outros esquemos assim podem estar funcionando bem debaixo dos nossos narizes?

O perigo que ninguém vê

O caso revela uma faceta preocupante do mercado de combustíveis alternativos. Com o preço da gasolina nas alturas, muita gente busca o GNV como solução econômica. Só que na ânsia de economizar, alguns acabam caindo em armadilhas como essa.

Os peritos alertam: a instalação de kit GNV deve ser feita apenas em oficinas credenciadas e os cilindros precisam passar por revisões periódicas. Ignorar essas recomendações é brincar com fogo - literalmente.

Os presos foram levados para o sistema prisional e o caso agora segue na Justiça. Enquanto isso, a população respira aliviada sabendo que mais uma fonte de perigo foi neutralizada. Mas fica o alerta: desconfie de preços muito baixos e sempre exija a procedência dos equipamentos.

No fim das contas, a operação mostrou que o perigo muitas vezes mora ao lado - às vezes, literalmente na esquina de casa.