
Imagine a cena: um sujeito chega falando grosso no telefone, jurando que é do PCC, e ameaça "resolver" sua vida se você não entregar o carro. Pois é, essa tática velha — mas que ainda cola — voltou a assustar o interior do Paraná.
Pelo menos três casos foram registrados só nessa semana em cidades da região de Campos Gerais. Os golpistas, armados até os dentes de lábia, ligam para as vítimas se passando por membros da facção. O papo é sempre o mesmo:
- "Seu nome tá no sistema"
- "A gente sabe onde você mora"
- "Ou deixa o carro no lugar X ou vai ter problema"
E não são ameaças de brincadeira. Num vídeo que tá circulando por aí (e que a gente preferiu não republicar), dá pra ouvir o bandido falando com uma naturalidade que dá arrepio: "Olha, eu não tô pedindo, tô avisando. Às 18h o carro tem que tá naquele posto abandonado da BR-...".
Como o golpe funciona
Primeiro, os criminosos colhem informações sobre a vítima — às vezes de forma bizarramente simples, tipo olhando anúncios de carros à venda. Depois, partem para o ataque:
- Ligam se identificando como "membros de alta patente" do crime organizado
- Jogam dados pessoais da vítima pra dar credibilidade
- Exigem o veículo como "pagamento" por alguma dívida inventada
O delegado responsável pelo caso, que pediu pra não ser identificado, soltou uma pérola: "Isso aí é terrorismo psicológico puro. Eles nem precisam mostrar a arma — a arma é o medo que o nome PCC causa".
E as vítimas? Caiam no conto?
Pior que sim. Duas pessoas chegaram a deixar os carros nos locais combinados. Uma terceira, mais esperta, gravou a ligação e foi direto pra delegacia. (E olha que a gente nem tá falando de gente desinformada — um dos prejudicados é empresário, outro professor universitário).
O que mais impressiona é a cara de pau. Num dos áudios, o golpista chega a reclamar do modelo do carro: "Irmão, me arruma um melhorzinho, esse aí nem vale a gasolina que vai gastar pra buscar". Sério mesmo!
Pra você ter ideia, os bandidos marcam encontro em locais públicos — mas sempre com saídas fáceis. Postos abandonados, terrenos baldios perto de rodovias... Tudo calculadinho.
E agora, o recado das autoridades:
- Nunca atenda chamadas de números desconhecidos falando em nomes de facções
- Desconfie de qualquer ameaça que exija pagamento em bens
- Registre BO imediatamente — mesmo que não tenha cedido ao golpe
Ah, e detalhe: segundo investigadores, esses golpistas provavelmente nem têm vínculo real com o PCC. São só uns espertalhões se aproveitando do medo que o nome da organização causa. No fim das contas, o maior crime aqui — além do óbvio — é a falta de criatividade.