
O que era pra ser mais um dia comum virou pesadelo. A explosão que abalou o Paraná deixou marcas profundas — e não só nas estruturas. Famílias inteiras aguardam, com o coração na mão, notícias de seus entes queridos.
Diante da dimensão da tragédia, os estados brasileiros decidiram jogar juntos. "Quando a coisa aperta, a gente vê quem realmente tá do lado", comenta um agente civil que prefere não se identificar. E o tempo? Esse é o inimigo silencioso de todos.
Corrida contra o relógio
Os peritos trabalham no limite. Com técnicas que parecem saídas de filmes policiais — mas infelizmente são reais demais —, tentam reconstruir histórias a partir de fragmentos. "Já vi muita coisa na vida, mas isso aqui...", suspira uma especialista em medicina legal, interrompendo a frase.
- Equipes multidisciplinares atuando 24h
- Tecnologia de ponta importada às pressas
- Até psicólogos de plantão para os profissionais
E os prazos? A burocracia normalmente lenta do país deu lugar a um protocolo de emergência. "Quando o assunto é vida humana, as regras mudam", explica um delegado com olheiras profundas.
O peso dos detalhes
Num canto do IML, uma foto desbotada numa carteira. Noutro, um celular que ainda recebe mensagens de "volta logo". São esses pequenos vestígios que mantêm viva a chama da identificação. "Às vezes é uma tatuagem, um dente restaurado de forma peculiar...", enumera uma antropóloga forense.
Enquanto isso, nas redes sociais, boatos se espalham mais rápido que a própria verdade. "A gente pede: deixem os profissionais trabalharem", implora uma porta-voz do governo, visivelmente abalada.
O que resta agora? Esperança — aquela teimosa que insiste em sobreviver mesmo nos dias mais escuros. E a certeza de que, juntos, os estados brasileiros podem fazer a diferença quando mais importa.