
Era pra ser mais um carregamento ilegal circulando pelas estradas poeirentas do Agreste pernambucano. Mas dessa vez, a jogada dos traficantes não deu certo — e o destino da mercadoria foi bem diferente do planejado. Quase meia tonelada de drogas virou cinzas nesta quinta-feira (31) num verdadeiro espetáculo de fogo e fumaça.
Os policiais civis não mediram esforços: 400 quilos de maconha, cuidadosamente embalados em tabletes, foram reduzidos a pó em instantes. O material — que, pasmem, daria pra abastecer uns 2 milhões de usuários — foi apreendido durante uma operação de rotina que acabou revelando um esquema maior do que se imaginava.
Operação surpresa
Não foi à toa que os agentes escolheram queimar tudo em praça pública. "A gente quer mostrar pra população que essa droga não vai chegar nas mãos dos nossos jovens", explicou um delegado que preferiu não se identificar — afinal, nesse ramo, anonimato é questão de segurança.
Detalhe curioso: o carregamento estava escondido num caminhão de transporte de frutas. "Os caras acham que são espertos, mas a gente conhece todos os truques", comentou um investigador veterano, enquanto observava as chamas consumirem os últimos tabletes.
Impacto no tráfico
Segundo especialistas, uma apreensão desse tamanho representa:
- Prejuízo de cerca de R$ 4 milhões para as organizações criminosas
- Interrupção temporária do abastecimento em pelo menos 15 cidades
- Diminuição da violência relacionada ao tráfico nos próximos meses
Mas nem tudo são flores. Um agente me confessou, em off: "Enquanto houver demanda, sempre vai aparecer alguém pra suprir. O negócio é cortar pela raiz — e isso depende de educação, não só de polícia".
Enquanto isso, a fumaça densa subia ao céu de Caruaru, levando embora não só as drogas, mas também a falsa sensação de impunidade que tanto alimenta esse comércio ilegal. Resta saber por quanto tempo o cheiro de cinzas vai persistir no ar antes do próximo carregamento aparecer.