
Era uma quadrilha que achava que voava alto — literalmente. Só que o pouso foi bem mais duro do que imaginavam. Nesta terça-feira (6), a Polícia Federal, em parceria com o Ibama, deu um verdadeiro cheque-mate em uma organização criminosa especializada em falsificar anilhas e documentos de aves silvestres. O esquema? Mais elaborado que ninho de joão-de-barro.
Os investigadores — que trabalhavam no caso há meses, diga-se — descobriram que o grupo agia como uma espécie de "banco paralelo" para o tráfico de animais. Eles produziam anilhas falsas (aqueles anéis de identificação) e documentos com uma qualidade tão boa que até os peritos se surpreenderam. "Parecia coisa de filme", comentou um agente sob condição de anonimato.
Como o esquema funcionava?
Imagine só: você compra uma ave silvestre no mercado negro. Precisa de documentação? A quadrilha fornecia o "kit completo" — anilha falsa + certificado + até histórico veterinário inventado. Tudo por um preço que, convenhamos, dava até arrepios: algumas aves raras chegavam a valer mais que um carro popular no mercado ilegal.
- Anilhas falsas produzidas com metais similares aos originais
- Documentação com selos e assinaturas perfeitamente replicados
- Atendimento "personalizado" para clientes exigentes
Os alvos principais? Colecionadores sem escrúpulos e criadores que queriam "legalizar" animais capturados ilegalmente. Uma verdadeira máfia das penas, que agora está com os pés — ou melhor, as asas — atrás das grades.
Operação teve até reviravolta cinematográfica
Segundo fontes próximas à investigação, a prisão de um dos líderes aconteceu em cena digna de roteiro policial. O suspeito — que se achava muito esperto — tentou destruir provas digitais com um ímã potente. Só que... esqueceu que os agentes já tinham cópias de tudo. "Foi um tiro no pé digital", ironizou um delegado.
As buscas revelaram:
- Mais de 500 anilhas falsas prontas para uso
- Computadores com softwares de edição profissional
- Uma lista de clientes que promete render novas prisões
Pra completar, os investigadores encontraram até um "manual do traficante" com instruções detalhadas sobre como burlar a fiscalização. Coisa de quem realmente acreditava que nunca seria pego.
O Ibama já adiantou que as aves resgatadas — sim, algumas estavam sendo mantidas em cativeiro pelos criminosos — passarão por avaliação antes de serem reintroduzidas na natureza. Enquanto isso, a PF garante que a investigação está longe de acabar. "Isso é só a ponta do iceberg", prometeu um dos responsáveis pela operação.