Operação em Fortaleza prende integrantes de facções após disparo massivo de fogos de artifício | G1 Ceará
Operação prende faccionistas após disparo de fogos em Fortaleza

Não foi um show pirotécnico, muito menos comemoração. Na noite desta segunda-feira (15), os estampidos que ecoaram pelo Conjunto Palmeiras, em Fortaleza, eram anúncio de coisa errada — e a Polícia Civil já estava de sobreaviso.

Pois é. Dois homens, de 22 e 23 anos, e um adolescente foram detidos durante uma operação que interceptou justamente o que as autoridades chamam de "sinalização criminosa". Aquele barulho característico, que muita gente já conhece (e teme), servia como aviso para operações ilegais de facções.

Como a operação se desenrolou

Os agentes já monitoravam a movimentação suspeita há algum tempo. Por volta das 21h, a casa onde estavam os suspeitos foi cercada. Lá dentro, encontraram não apenas os fogos — que seriam usados para a comunicação entre criminosos —, mas também uma quantia em dinheiro, provavelmente fruto de atividades ilícitas.

Os dois adultos foram levados para a Cadeia Pública de Fortaleza. O adolescente, por sua vez, foi encaminhado para uma unidade de atendimento socioeducativo. A ação faz parte de uma investigação mais ampla contra organizações criminosas que atuam na região.

O que significa o disparo de fogos no contexto criminoso?

Quem mora em áreas conflituosas sabe: foguete não é sempre festa. Muitas vezes, é alerta. Pode marcar a chegada de drogas, sinalizar a presença de policiais, ou até comemorar um ataque bem-sucedido contra facções rivais. Uma linguagem cifrada, perigosa, que transforma o céu em mensagem de medo.

E não pense que é algo amateur. Esses grupos agem com método — quase um ritual de comunicação que, infelizmente, ainda funciona em algumas comunidades.

A operação de ontem mostra que as autoridades estão de olho. E que, pelo menos dessa vez, o recado foi interrompido.