Era uma manhã comum em Senador Canedo, mas não para dez empresas da região metropolitana de Goiânia. A Polícia Civil, em ação coordenada que começou nas primeiras horas desta segunda-feira (31), simplesmente botou o pé na porta de estabelecimentos comerciais suspeitos de uma coisa gravíssima: lavar dinheiro para uma das facções mais temidas do país.
E não era pouco dinheiro, não. Estamos falando de valores que beiram os bilhões de reais, gente. Bilhões! A operação, batizada de 'Disparada', mira justamente nesse suposto esquema financeiro que sustentaria as atividades criminosas do Primeiro Comando da Capital em Goiás.
Como o esquema funcionava?
Pela investigação – que já rola há meses, diga-se – as empresas suspeitas atuavam como fachadas legítimas. Só na aparência, claro. Na prática, serviam como canal para legitimar recursos obtidos ilegalmente pelo tráfico de drogas e outras atividades ilícitas do PCC.
Os investigadores acreditam que o modus operandi envolvia superfaturar serviços, emitir notas frias e criar um emaranhado de transações comerciais fictícias. Tudo pra confundir e esconder a origem do dinheiro. Esperto, mas não o suficiente.
O que a polícia procura?
Os mandados de busca e apreensão, autorizados pela Justiça, permitem que os policiais apreendam documentos contábeis, computadores, celulares e qualquer outro material que possa servir como prova das transações irregulares. O objetivo é desmontar a estrutura financeira da facção no estado.
Ninguém foi preso ainda – a fase hoje é de coleta de provas. Mas a investigação segue correndo solta, e tudo indica que essa é apenas a ponta do iceberg de uma operação muito maior.
A sensação que fica? De que o crime organizado se infiltrou de maneira assustadora no tecido empresarial formal. E que operações como essa são um passo crucial, mas apenas um passo, no longo caminho de combate a essas organizações.
