
Não é brincadeira não. O que era pra ser solução virou dor de cabeça pra muita gente. Vendedores do Rio tão perdendo o sono — e o dinheiro — com um problema que só cresce: sumiço de produtos durante entregas feitas por aplicativos.
"Toda semana some alguma coisa. Já tive encomenda de R$ 300 que evaporou", conta Marcos, dono de uma loja de suplementos em Copacabana. Ele, que prefere não revelar o sobrenome, diz que o prejuízo tá ficando difícil de engolir.
Modus operandi que se repete
Os casos seguem um roteiro parecido:
- Pedido é aceito no app
- Entregador some do mapa
- Produto nunca chega
- Cliente cobra (e com razão)
E adivinha quem se ferra no final? O comerciante, claro. "As plataformas dizem que não são responsáveis. O cliente quer seu produto. E eu fico no prejuízo", desabafa Ana Paula, dona de uma confeitaria artesanal.
Números que assustam
Só no último trimestre, o Disque-Denúncia registrou 47 ocorrências do tipo na capital — e aí mora o perigo. Especialistas acreditam que o número real seja muito maior. Afinal, muita gente nem chega a registrar boletim.
"É aquela história: quando a esmola é demais...", filosofa o delegado Carlos Eduardo, da 12ª DP. Ele explica que os golpistas estão se profissionalizando — alguns até simulam acidentes pra justificar o sumiço da encomenda.
E agora, José? Enquanto as plataformas não criam mecanismos mais eficazes de proteção, os comerciantes improvisam:
- Fotografam produtos embalados
- Exigem assinatura na entrega
- Priorizam entregadores conhecidos
Mas será que isso resolve? "Nem sempre", admite a advogada especialista em direito digital Fernanda Moura. Ela sugere que os comerciantes incluam cláusulas específicas nos contratos com as plataformas — coisa que, convenhamos, não é lá muito simples pro pequeno empreendedor.
No fim das contas, o que resta é torcer — e acompanhar cada entrega com lupa. Porque no Rio de Janeiro, até pedido de pão de queijo tá virando roleta-russa.