Uma professora da Universidade de Brasília (UnB) foi formalmente indiciada por injúria racial após supostamente dirigir ofensas a uma colega de trabalho. O caso, que está sob investigação, gerou comoção na comunidade acadêmica e reacendeu o debate sobre o combate ao racismo no ambiente universitário.
Segundo as investigações, o episódio ocorreu durante uma discussão entre as docentes. Testemunhas relataram que a professora teria utilizado termos pejorativos e de cunho racial contra a vítima. O caso foi registrado na Delegacia de Repressão a Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI).
Repercussão na comunidade acadêmica
O incidente causou forte repercussão entre estudantes e professores da UnB. Diversos coletivos negros da universidade se manifestaram, exigindo punição rigorosa e medidas efetivas contra o racismo estrutural nas instituições de ensino superior.
A reitoria da UnB emitiu nota afirmando que não tolera qualquer forma de discriminação e que acompanha o caso de perto, em diálogo com os órgãos competentes.
O que diz a lei
A injúria racial está prevista no artigo 140, §3º do Código Penal, com pena de 1 a 3 anos de reclusão e multa. Diferente do crime de racismo (previsto na Lei 7.716/89), a injúria racial se caracteriza pela ofensa direcionada a uma pessoa específica, com utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem.
Especialistas em direito destacam que, embora distintos, ambos os crimes são graves e passíveis de punição severa.
Próximos passos
Com a conclusão do inquérito policial, o caso será encaminhado ao Ministério Público, que decidirá sobre a denúncia. Enquanto isso, a universidade avalia medidas administrativas internas.
O caso serve como alerta para a necessidade de políticas efetivas de combate ao racismo em todas as esferas da sociedade, especialmente em instituições de ensino, que deveriam ser espaços de promoção da igualdade e do respeito à diversidade.
