Justiça arquiva caso de empresária acusada de tortura no sul de Roraima — entenda o desfecho
Justiça arquiva caso de empresária por tortura em Roraima

Eis que a Justiça Federal em Roraima decidiu arquivar — sim, arquivar — as investigações contra aquela empresária do ramo do agronegócio que estava na mira por supostamente torturar e manter funcionários em cárcere privado. A decisão saiu na última quinta-feira (11), mas o baque reverbera até agora.

Pois é. A história rola desde 2022, quando a Polícia Federal abriu a investigação. A empresa dela, que atua com produção rural, foi alvo de operação e tudo. Os funcionários — três no total — relataram condições análogas à escravidão, ameaças, agressões e até confinamento. Só que, pasmem: o Ministério Público Federal (MPF) não apresentou denúncia.

Nada. Zero. Silêncio total.

E aí, como não houve manifestação do MPF no prazo legal — que era até 2 de setembro —, a juíza Carla Simone Gomes Belloto, da 1ª Vara Federal de Roraima, resolveu arquivar o caso. Ela deixou claro que, sem denúncia, não há como seguir adiante. "Não cabe ao Poder Judiciário, de ofício, promover ação penal pública", escreveu.

Os detalhes que chocaram — e agora ficam sem resposta

Os relatos dos trabalhadores eram pesados, viu? Eles disseram que a empresária — cujo nome não foi divulgado — os mantinha trancados, sob vigilância, sem documentos e sob ameaça de morte caso tentassem fugir. Um deles contou que chegou a ser amarrado e agredido. Outro, que trabalhava sem receber.

Mas aí, o inquérito andou, a PF encaminhou pro MPF… e o MPF não moveu uma palha. Nada de denúncia, nada de explicação pública. Só o arquivamento mesmo.

Alguns até podem pensar: "Ué, mas e as provas? E os depoimentos?" Pois é. A decisão judicial não entrou no mérito — só seguiu o trâmite legal. Sem denúncia, o processo não vai pra frente. Ponto.

E agora?

A menos que o MPF decida recorrer — o que, pelo andar da carruagem, parece improvável —, o caso está encerrado. A empresária não será mais investigada criminalmente por esses crimes.

Mas fica aquele gosto amargo, né? Uma sensação de que a história ficou pela metade. Será que não havia mesmo elementos pra denúncia? Ou será que algo falhou no caminho?

Enquanto isso, a defesa da empresária comemora. E os trabalhadores… bom, esses a gente nem sabe onde estão.