Era uma daquelas manhãs quentes em Tobias Barreto, interior de Sergipe, quando a rotina pacata da cidade foi quebrada por sirenes. Um homem que vivia às sombras há duas décadas finalmente teve seu passado alcançado pela justiça.
O indivíduo — cujo nome a polícia prefere não divulgar para não atrapalhar as investigações — era um dos mais procurados do estado. Acusado de participar do assassinato de um sargento da Aeronáutica em 2005, ele conseguiu escapar do radar das autoridades por tempo suficiente para criar uma nova identidade.
Operação minuciosa
Segundo fontes próximas ao caso, a captura só foi possível graças a um trabalho de inteligência que durou meses. "A gente sabia que ele estava na região, mas precisávamos de provas concretas", confessou um dos investigadores, que pediu anonimato.
Detalhes curiosos:
- O foragido trabalhava como pedreiro e era conhecido na comunidade como "Zé do Barro"
- Vizinhos afirmam que ele ajudava na igreja local aos domingos
- Nunca levantou suspeitas — até agora
O caso remonta a uma briga em um bar na capital Aracaju, onde o militar teria sido morto com três tiros à queima-roupa. Na época, testemunhas relataram que a discussão começou por causa de uma dívida de jogo.
Justiça tardia?
Para a família do sargento, a prisão traz um alívio amargo. "Vinte anos é muito tempo para esperar por justiça", desabafou a viúva, que preferiu não se identificar. Ela lembra que os filhos cresceram sem o pai e que o processo deixou marcas profundas.
Juristas consultados pelo G1 divergem sobre as chances de condenação após tanto tempo. Enquanto alguns acreditam que as provas ainda são sólidas, outros temem que testemunhas-chave tenham desaparecido ou mudado seus depoimentos.
Uma coisa é certa: o réu não terá mais o céu de Sergipe como teto. Agora, ele enfrentará a justiça — e talvez descubra que alguns fantasmas simplesmente não podem ser enterrados.
