
Imagine chegar num consultório dental buscando alívio para uma dor e descobrir que a "profissional" não só não tem formação como usa o estabelecimento para atividades criminosas. Foi exatamente isso que aconteceu em Goiás, onde uma mulher de 33 anos foi presa em flagrante nesta segunda-feira (23).
O caso é tão surreal que parece roteiro de filme. A suposta dentista — que na verdade nunca pisou numa faculdade de odontologia — montou um consultório completo em Luziânia, região metropolitana do Distrito Federal. Só que o negócio dela ia muito além de extrair dentes.
O que a polícia encontrou no local
Quando os agentes chegaram ao endereço, após denúncias anônimas, a surpresa foi grande. Além dos equipamentos odontológicos — alguns até impressionantemente profissionais — havia:
- Diversas porções de maconha prontas para venda
- Tabletes de crack organizados como se fossem medicamentos
- Dinheiro trocado, sugerindo vendas constantes
- Aparelhos dentários legítimos misturados às drogas
"É uma mistura perigosíssima", comentou um dos investigadores, que preferiu não se identificar. "Pacientes chegavam ali vulneráveis, com dor, e podiam ser aliciados para outras coisas."
Como ela operava?
A falsa profissional — vamos chamá-la assim porque seu nome ainda não foi divulgado oficialmente — anunciava seus "serviços" em grupos de WhatsApp e no boca a boca. Cobrava preços abaixo do mercado, o que atraía principalmente pessoas de baixa renda.
Mas o que os clientes não sabiam era que aquele ambiente aparentemente normal escondia uma farmácia ilegal nos bastidores. Enquanto uns aguardavam na sala de espera, outros chegavam apenas para comprar drogas — e a moeda de troca fluía como se fosse algo corriqueiro.
O mais assustador? Ela atendia crianças. Sim, você leu certo. Pais levavam seus filhos para tratamentos odontológicos básicos sem desconfiar do perigo que representava.
Reação dos vizinhos
Os moradores da região ficaram chocados quando viram a operação policial. "Sempre parecia um lugar tranquilo", disse uma senhora que vive há 20 anos na mesma rua. "Nunca imaginei que tivesse coisa errada ali."
Outro vizinho contou que estranhava o movimento constante, mas atribuía ao "sucesso" da profissional. "Tinha dia que fila na calçada, pensei que fosse dentista boa."
Ah, a ironia do destino...
E agora?
A falsa dentista responde por exercício ilegal da profissão e tráfico de drogas. Se condenada, pode pegar até 15 anos de prisão. A polícia ainda investiga se havia mais pessoas envolvidas no esquema.
Enquanto isso, o caso serve de alerta: sempre verifiquem as credenciais dos profissionais de saúde. Sua vida pode depender disso — literalmente.