
Um silêncio pesado desceu sobre São Bento do Sapucaí nesta manhã de sábado. A notícia se espalhou rápido, feito rastro de pólvora pelas ruas estreitas da cidade: Beto Mendes, conhecido político local, estava morto. E o local? Um daqueles lugares que ninguém esperaria - o açougue do centro.
A descoberta aconteceu por volta das 8h, segundo fontes da polícia. Quem chegava para comprar carne para o fim de semana se deparou com uma cena digna de filme policial. O ex-vereador, homem público, figura conhecida na região - ali, estendido no chão frio do estabelecimento comercial.
O que se sabe até agora
Os detalhes são escassos, confusos. A Polícia Militar chegou primeiro, isolou a área. Logo em seguida, o IC veio fazer o trabalho de perícia. O corpo já estava em avançado estado de rigidez cadavérica - sinal de que a morte ocorreu horas antes, provavelmente na madrugada.
Beto Mendes tinha 59 anos. Não era qualquer cidadão - serviu como vereador por um mandato, entre 2017 e 2020. Mesmo depois de deixar a Câmara Municipal, continuou ativo na vida pública, sempre com opiniões fortes sobre os rumos da cidade.
Mistério e especulações
O que um ex-político estaria fazendo num açougue fora do horário comercial? Essa é a pergunta que todos fazem. As teorias mais variadas circulam pelos botecos e esquinas: dívidas? Ameaças? Acidente bizarro?
A polícia, claro, mantém o protocolo. "Investigamos todas as hipóteses", disse um dos investigadores, com aquela cara fechada de quem não pode dar detalhes. Mas entre as linhas, dá pra perceber que a coisa não cheira bem.
Alguns moradores mais antigos lembram que Beto sempre foi daqueles políticos "sanguíneos", que não fugia de uma discussão. Será que alguma dessas brigas políticas escalou para algo pior? Difícil dizer.
Reação da comunidade
A cidade está em choque, isso é inegável. Nas redes sociais, as mensagens se multiplicam. "Homem bom", "sempre disposto a ajudar", "deixa família e amigos arrasados". O clichê das homenagens pós-morte, mas com uma dose extra de genuína consternação.
O prefeito em exercício, Edson Faria, soltou uma nota meia-sentida, daquelas que políticos sabem fazer quando não querem se comprometer muito. Diz que é "uma perda irreparável" e que "a cidade está de luto". Mas não fala nada sobre as circunstâncias - e como poderia?
Enquanto isso, a família recebe condolências numa casa fechada, cortinas puxadas. Vizinhos contam que a mulher de Beto não para de chorar desde que recebeu a notícia.
O que vem por aí
A investigação está só no começo, e promete render. Laudo do IML, câmeras de segurança da região, depoimentos... Tudo isso vai sendo juntado como peças de um quebra-cabeça macabro.
Enquanto a polícia não fala, a cidade inventa suas próprias verdades. É o jeito de lidar com o inexplicável - transformar tragédia em boato, dor em conversa de calçada.
Uma coisa é certa: São Bento do Sapucaí nunca mais será a mesma. E o açougue do centro? Duvido que alguém compre carne lá tão cedo.