
Os números são de cortar o coração. Em menos de dois meses de conflito entre Israel e Hamas, a conta de vidas perdidas entre profissionais da imprensa já supera — pasme — todas as mortes registradas em zonas de guerra ao redor do planeta nos últimos três anos. Uma carnificina que deixaria até os correspondentes mais experientes de cabelo em pé.
Estatísticas que doem
Segundo levantamentos de organizações internacionais, pelo menos 63 jornalistas foram mortos desde o início dos ataques em outubro. Para você ter ideia do que isso significa, entre 2020 e 2022, o Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) contabilizou 59 óbitos em todo o mundo. Ou seja: o que acontece na Faixa de Gaza e arredores já supera, em poucas semanas, o que costumava levar anos.
"É como se a cada dia explodisse uma redação inteira", comenta um editor veterano que cobriu conflitos nos anos 90, ainda assustado com os relatos que chegam. A maioria das vítimas? Palestinos. Quase 90%, pra ser exato. Mas israelenses e libaneses também engrossam essa lista macabra.
Risco calculado ou extermínio deliberado?
Aqui vai um dado que faz pensar: enquanto a média histórica aponta que cerca de 15% das mortes em guerras são de civis, entre jornalistas esse índice salta para impressionantes 70%. Coincidência? Difícil acreditar. Especialistas apontam que o uso de artilharia pesada em áreas urbanas — somado à dificuldade de identificar coletes à prova de balas em meio ao caos — cria a tempestade perfeita para tragédias.
- 56 jornalistas palestinos mortos
- 4 israelenses
- 3 libaneses
E olha que esses números podem estar subestimados. Nas palavras de um repórter que sobreviveu a um ataque: "Quando o prédio desaba, ninguém para pra ver se tinha plaquinha de 'imprensa' no capacete".
O preço da notícia em primeira mão
Enquanto o mundo acompanha os desdobramentos pelo celular, poucos param pra pensar no sangue por trás de cada imagem que viraliza. Correspondentes locais — muitos ganhando menos que um freelancer no Brasil — arriscam a pele sem seguro saúde, equipamento adequado ou sequer treinamento militar básico.
"É uma geração inteira de repórteres sendo apagada", lamenta a diretora de uma ONG que monitora o tema. E o pior? Com a escalada do conflito, a tendência é que essa lista cresça antes que qualquer solução apareça no horizonte.