
Imagine descobrir, depois de quase três décadas, que seu nome foi usado como moeda de troca em golpes financeiros. Foi exatamente o que aconteceu com uma vítima em Mato Grosso, cujo primo — agora réu confesso — vivia às suas custas desde os anos 90.
A sentença saiu quente do forno: 3 anos de cadeia por sacar ilegalmente verbas do FGTS e contrair empréstimos bancários usando documentos falsificados. Um verdadeiro "plano de carreira" criminoso que durou mais que muitos casamentos.
O golpe da paciência
Detalhes da investigação mostram que o acusado:
- Não contente em usar a identidade alheia uma ou duas vezes, manteve a farsa por 29 anos — tempo suficiente para uma criança nascer e se formar na faculdade
- Movimentou valores que, corrigidos, dariam para comprar um carro popular zero km
- Deixou o verdadeiro dono do CPF com o nome negativado e dor de cabeça até para comprar pão na padaria
E o pior? Tudo isso enquanto os dois dividiam almoços de família e conversas fiadas sobre futebol nos churrascos de domingo. Fingimento que faria qualquer ator de novela corar.
Justiça tarda, mas não falha
Quando a ficha finalmente caiu — literal e figurativamente —, o Ministério Público não teve dúvidas: era caso de falsidade ideológica com agravante de "longa duração". A defesa tentou alegar arrependimento tardio, mas a juíza não comprou a história.
"Condenação exemplar", comentou um dos promotores, aliviado por fechar um dossiê que já tinha mais camadas que cebola. O réu, é claro, recorrerá — porque no Brasil até ladrão de galinha tem direito a três instâncias.
Enquanto isso, a vítima tenta reconstruir sua vida financeira. E o primo? Bem, ele vai ter três anos sob custódia estatal para refletir sobre o verdadeiro significado de "laços familiares".