
Era mais um dia comum na vida de um dos maiores criadores de conteúdo do Brasil – até que não era. De repente, o universo digital de Felipe Neto, o Felca para milhões de fãs, virou um pesadelo. Ameaças graves, promessas de violência, um clima de terror que forçou o youtuber a cancelar eventos públicos e viver sob a sombra do medo. Mas quem estaria por trás disso tudo?
A resposta veio de uma investigação minuciosa – e, convenhamos, bastante tensa – da Polícia Civil do Rio de Janeiro. E olha, a história é bem mais complexa do que um simples haters nas redes sociais.
O Cérebro da Operação
Os policiais prenderam em flagrante um suspeito identificado como Wallace de Souza Silva. Mas calma, ele não agia sozinho. Tudo indica – e as evidências apontam nessa direção – que Wallace era o suposto mandante de um esquema organizado de extorsão. O objetivo? Nada mais, nada menos que assustar Felca a ponto de fazê-lo pagar para que as ameaças parassem.
Parece roteiro de filme, mas é a vida real. A investigação descobriu que o grupo por trás dos ataques pedia um resgate de R$ 35 mil em criptomoedas. O valor, supostamente, faria com que as ameaças desaparecessem como num passe de mágica. Só que a mágica, dessa vez, deu muito errado.
As Provas e as Convicções
A polícia não saiu por aí prendendo alguém à toa. Eles rastrearam transações em Bitcoin – porque é claro que seria em cripto, né? – que ligavam diretamente uma das carteiras digitais ao suspeito. Para piorar a situação dele, o aparelho celular apreendido na casa dele, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, continha prints das conversas de extorsão.
Não é impressionante como alguns criminosos subestimam a capacidade forense da polícia? Pois é.
Além disso, os investigadores encontraram no telefone um aplicativo usado justamente para ocultar o IP durante os acessos. Ferramenta clássica de quem não quer ser pego – mas que, no final, virou prova crucial.
O Modus Operandi
O esquema funcionava de maneira organizada. Wallace, segundo as autoridades, recrutava outras pessoas – muitas delas, menores de idade – para disparar as mensagens de ódio e ameaça. Ele prometia pagamentos em troca do serviço sujo, criando uma pequena rede de terror digital.
Numa das mensagens, citada pela polícia, o tom era assustadoramente direto: “Vou te encher de porrada… Vou estourar sua mãe de tanto te bater”. Não é brincadeira de adolescente. É crime puro e simples.
Outra camada bizarra: os investigadores acreditam que o suspeito possa ter transtornos mentais. Ele mesmo teria dito, em depoimento, que sofria de “transtorno de personalidade esquizóide”. Isso, claro, não anula o crime – mas complica ainda mais o perfil por trás das ameaças.
O Alívio e a Justiça
Para Felca, a prisão trouxe um alívio imenso. Ele mesmo agradeceu às autoridades pelo trabalho – e quem pode julgá-lo? Imagina você acordar todo dia com medo de que alguém possa materializar palavras em violência real.
Agora, o suspeito responde pelos crimes de extorsão e ameaça. Se condenado, pode pegar de 1 a 4 anos de prisão pelo primeiro, e até 1 ano pelo segundo. Parece pouco perto do estrago emocional causado, não é mesmo? Mas a justiça, ainda que lenta, segue seu curso.
E aí, o que a gente aprende com isso? Que a internet não é terra sem lei. Que discurso de ódio pode, sim, cruzar a linha e virar crime investigável. E que, por trás de perfis anônimos, pode haver uma organização criminosa tentando tirar proveito do medo alheio.
Fica o alerta – e também um pouco de esperança de que a law enforcement digital está, aos poucos, aprendendo a lidar com esses novos tempos.