Operação desmantela rede criminosa que vendia conteúdo de abuso infantil usando criptomoedas em SC
Rede de abuso infantil com criptomoedas é desmantelada em SC

Era uma rede que operava nas sombras da internet, mas que deixou rastros digitais impossíveis de ignorar. A Polícia Federal em Santa Catarina desmontou um esquema sinistro: criminosos vendiam materiais de exploração sexual infantil usando criptomoedas como moeda de troca — e ainda chantageavam as vítimas.

Não foi um trabalho fácil. Os investigadores mergulharam num labirinto de transações anônimas e servidores clandestinos. "Eles achavam que estavam protegidos pelo anonimato das criptomoedas", contou um delegado que preferiu não se identificar. Engano grave.

Como funcionava o esquema

Os criminosos agiam em três frentes:

  • Captação: Recrutavam menores em redes sociais com falsas promessas
  • Produção: Coagiam as vítimas a produzir material explícito
  • Distribuição: Vendiam os arquivos em fóruns fechados usando criptomoedas

O pior? Muitas vítimas eram depois chantageadas para produzir mais conteúdo — um ciclo vicioso de terror psicológico. "É de cortar o coração", desabafou uma psicóloga que acompanha casos similares.

Operação de inteligência

A PF rastreou transações em blockchain por meses. Sim, aquela tecnologia "à prova de rastreio" que os criminosos tanto confiavam acabou sendo sua ruína. Ironia das boas.

Foram apreendidos:

  1. 5 celulares de alta tecnologia
  2. 3 notebooks com criptografia avançada
  3. Anotações detalhadas sobre métodos de evasão

Os presos — três homens entre 25 e 40 anos — agora respondem por vários crimes. E olha que a lista não é pequena: exploração sexual infantil, extorsão, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Cada um pode pegar até 30 anos de cadeia.

Para os pais, um alerta: monitorar a vida digital dos filhos nunca foi tão crucial. Como diz o ditado, melhor prevenir do que remediar — especialmente quando o remédio é tão amargo.