
Era tudo tão perfeito nos perfis — fotos impecáveis, biografias cativantes, promessas de amor eterno. Mas por trás dos corações e flores virtuais, escondia-se uma máquina de extorquir sonhos. A Polícia Civil de Pernambuco acabou de desvendar uma rede sofisticada que transformou apps de relacionamento em armas financeiras.
O modus operandi que enganou até os mais desconfiados
Os golpistas, digamos, tinham diploma em psicologia de boteco. Começavam com conversas banais sobre música e viagens, mas rapidamente migravam para histórias de superação — um negócio prestes a decolar, uma herança emperrada na burocracia. Quando a vítima já estava emocionalmente investida, vinha o pedido "temporário": um empréstimo para salvar o "sonho do casal".
"Eles estudavam cada detalhe", revela o delegado responsável. "Criavam perfis falsos com fotos de modelos e atores, mas davam nomes comuns para parecerem reais. Alguns mantinham conversas por meses antes de pedir o primeiro real."
Os números que doem no bolso
- + de 50 vítimas identificadas
- Prejuízos individuais chegando a R$ 500 mil
- 7 pessoas presas em flagrante
- Contas bancárias com movimentação suspeita de R$ 3 milhões
Curiosamente, muitos golpistas eram ex-vítimas que viraram algozes. "Aprendi na pele como funcionava e resolvi usar contra outros", confessou um dos presos — sem um pingo de remorso, diga-se.
Como não cair nessa armadilha digital
Se tem uma coisa que essa operação provou é que o amor virtual pode custar caro. Eis algumas red flags que deveriam acender todos os alarmes:
- Perfis que evitam videochamadas como vampiro evita alho
- Histórias de vida que parecem roteiro de novela das nove
- Pedidos de dinheiro, mesmo que "só até sexta-feira"
- Fotos que parecem ter saído de catálogo de moda
No fim das contas, como dizia minha avó, quando a esmola é demais... Melhor desconfiar. A polícia continua com as investigações e acredita que o esquema possa ter ramificações em outros estados.