
Era uma manhã como qualquer outra em Manhuaçu — até que o barulho de viaturas e vozes decididas revelou algo sombrio. Oito vidas peludas, esquecidas em um cenário de negligência, ganharam ontem um novo capítulo. Cães magrelos, com olhos que contavam histórias de fome, e gatos assustados como folhas ao vento. Tudo isso escondido atrás de portas que, felizmente, não resistiram à batida da lei.
"Quando a gente viu o estado deles, deu um nó na garganta", contou um dos agentes, que preferiu não se identificar. Segundo ele, as condições eram tão ruins que até um veterano como ele, acostumado a cenas duras, precisou respirar fundo. "Tinha animal com ferimento infeccionado, outros presos em correntes curtas demais... coisa de doer no peito."
Como tudo aconteceu?
Denúncias anônimas — aquelas que muita gente faz mas nem sempre acredita que vão adiantar — foram o estopim. Vizinhos ouviam latidos agonizantes, viam animais esqueléticos pulando muros em busca de comida. Ninguém sabe ao certo por que demoraram tanto para agir, mas quando a polícia ambiental e o pessoal do centro de zoonoses chegaram, a cena era pior do que imaginavam.
- 3 cães com sinais de espancamento
- 2 gatas prenhas desidratadas
- 1 filhote com infecção ocular grave
- 2 animais presos sem água ou sombra
"O pior? O dono alegou que 'só estava criando bicho como todo mundo'", disparou a veterinária Dra. Luísa, enquanto enfaixava as patas de um vira-lata. Ela conta que casos assim pipocam na região, mas poucos têm final feliz. "Aqui a gente vê de tudo: desde coleiras que viraram feridas até cadela parindo em meio a lixo. E o pior é que muita gente acha normal."
E agora?
Os resgatados — batizados provisoriamente de "Time da Superação" pela equipe — estão recebendo tratamento. Dois precisaram de cirurgia urgente; outros ganharam pela primeira vez em meses uma cama macia e comida à vontade. Enquanto isso, o suposto responsável pode pegar até 5 anos de cadeia — se a Justiça não der mais uma daquelas engavetadas que a gente já conhece.
E você, sabia que em Minas:
- Cada denúncia de maus-tratos deve ser registrada em BO
- Testemunhas podem permanecer anônimas
- Animais resgatados viram "provas vivas" nos processos
Fica a reflexão: será que seu vizinho não está, nesse exato momento, repetindo essa crueldade? A diferença entre o silêncio e o resgate pode ser um clique no disque-denúncia.