
Uma imagem que fica na retina de qualquer um. Foi esse o cenário que uma operação conjunta das polícias Civil e Militar Ambiental encontrou numa propriedade rural de Itapiranga, no Extremo-Oeste catarinense, nesta sexta-feira (27). Dá até um nó no estômago só de pensar.
Mais de 170 animais – sim, você leu certo – viviam em condições que beiravam o inacreditável. A falta do básico: comida de verdade, um pingo d'água limpa e um abrigo minimamente decente. A coisa era feia, pra dizer o mínimo.
Quem eram os animais?
A lista é longa e cada caso corta o coração. Entre os resgatados estavam:
- 90 cavalos: Muitos deles esqueléticos, com as costelas aparentes e uma apatia que denunciava o sofrimento prolongado.
- 70 cães: De diferentes portes, amontoados, alguns com sinais claros de doenças de pele e desnutrição.
- 15 gatos: Se escondendo em meio a entulhos, assustados e com pouquíssima condição de saúde.
- 4 ovelhas: Também compartilhando o mesmo ambiente de total abandono.
Não era uma cena de filme de terror, era a vida real para essas criaturas. O pior de tudo? O responsável pela propriedade, um homem de 54 anos, simplesmente não estava no local no momento da ação. Sumiu do mapa.
Como a operação aconteceu?
Tudo começou com uma denúncia anônima – aquela pontada de consciência de alguém que não aguentou mais ver aquilo. A Polícia Militar Ambiental foi a primeira a chegar no local e, diante da gravidade, acionou a Polícia Civil rapidamente. Juntos, eles tiveram que montar uma verdadeira logística de guerra, mas pela vida.
O trabalho de resgate foi minucioso e delicado. Imagina só retirar quase 200 animais de um lugar onde a negligência era a regra? Cada um precisou de avaliação, cuidado imediato e um transporte seguro. Uma verdadeira maratona de solidariedade forçada.
E agora, para onde vão esses animais?
Essa é a parte que ainda preocupa. Eles foram levados para um local seguro, sob a guarda do próprio poder público, pelo menos por enquanto. ONGs e protetores independentes da região já estão se mobilizando – aquele famoso 'faro' do bem – para ajudar no que for possível.
O destino do tutor, ou melhor, do acusado, é outra incógnita. A Polícia Civil já abriu um inquérito para apurar o caso. Ele vai responder criminalmente por maus-tratos, crime ambiental que não é brincadeira – a pena pode chegar a cinco anos de detenção, além de multa. A justiça, como se diz, será cobrada.
Enquanto isso, os animais tentam se recuperar de um capítulo triste de suas vidas. Um lembrete cruel de que a compaixão ainda falha, mas também um testemunho do trabalho essencial de quem se dedica a defender os que não têm voz.