O silêncio da noite na Vila Kennedy foi quebrado por rajadas de metralhadora. Era por volta das 22h quando os primeiros disparos ecoaram pelas ruas estreitas da comunidade — e ninguém dormiu até tarde. Um confronto direto entre PMs e um grupo armado transformou o bairro em zona de guerra por quase duas horas.
Segundo relatos de vizinhos (que preferiram não se identificar, claro), os bandidos tentaram resistir à abordagem policial. "Parecia filme de ação, mas sem pipoca", contou um morador, ainda abalado. Os criminosos, que estavam em pelo menos três veículos, responderam aos tiros antes de fugir em alta velocidade.
Operação de rotina vira caos
O que começou como uma simples fiscalização rapidamente escalou para o inesperado. Os PMs do 19° Batalhão — que conhecem o terreno como a palma da mão — identificaram suspeitos em atitude "estranha". Quando se aproximaram, o clima esquentou mais que café de bica.
- Mais de 50 tiros foram ouvidos
- Dois carros abandonados pelos criminosos
- Nenhum ferido entre os policiais
E os bandidos? Sumiram como fumaça. Apesar da intensa troca de tiros — que deixou marcas nas paredes de várias casas —, ninguém foi preso. "Essa galera tem o pé ligeiro quando a coisa aperta", reclamou um sargento veterano, acostumado com essas fugas.
Medo e revolta na comunidade
Enquanto isso, os moradores ficaram entre a cruz e a espada. Uns criticam a ação "espetaculosa" da polícia; outros só querem paz para dormir. "Toda semana é isso aqui", desabafou Dona Maria, 62 anos, enquanto apontava para os vidros quebrados de sua janela.
A delegacia do bairro já abriu inquérito para investigar o caso. Mas na Vila Kennedy, a sensação é de que amanhã tudo se repete — como um disco riscado que ninguém tira do repeat.
