
O centro de Manaus virou palco de um verdadeiro caos nesta quinta-feira (8). De um lado, fiscais da prefeitura tentando "colocar ordem na casa". De outro, feirantes e ambulantes que só queriam garantir o pão de cada dia. E no meio? Muita gritaria, empurra-empurra e até objetos voando — coisa que, convenhamos, ninguém esperava num dia comum de trabalho.
Segundo testemunhas — aquelas pessoas que sempre aparecem com o celular na mão pra filmar tudo —, a coisa começou a ficar feia por volta das 10h da manhã. Os fiscais chegaram como um temporal de verão: sem aviso e com intenção de levar tudo pela frente. "Eles vieram pra cima como se a gente fosse lixo", contou um vendedor de frutas que preferiu não se identificar (medo de represálias, você entende...).
O lado dos comerciantes
Pra quem vive do que vende na rua, cada dia é uma batalha diferente. Dona Maria, 57 anos, vende cocadas há mais de duas décadas no mesmo ponto. "Nunca vi uma coisa dessas", disse, ainda tremendo. "Se querem que a gente saia, que deem alternativa. A gente não é bandido não!"
E ela tem razão. Muitos desses trabalhadores:
- Sustentam famílias inteiras com o comércio informal
- Não têm outra qualificação profissional
- Já tentaram vagas formais, mas esbarraram na burocracia
E a prefeitura? O que diz?
Ah, a prefeitura... Sempre tem um comunicado bem polido pra essas horas. Dizem que a ação visava "garantir a ordem urbana" e "coibir o comércio irregular". Palavras bonitas, mas que não enchem a barriga de ninguém, não é mesmo?
Um detalhe curioso: a operação coincidiu justamente com o período em que os camelôs faturam mais — perto do horário de almoço. Conveniência ou má-fé? Fica a dúvida no ar...
E agora, José?
Enquanto os ânimos não se acalmam, o centro continua parecendo um campo de batalha pós-apocalíptico. Caixotes virados, frutas amassadas no chão e um silêncio pesado onde antes havia o burburinho característico do comércio.
Será que existe solução pra esse impasse? Alguns sugerem:
- Zonas específicas para o comércio ambulante
- Taxas acessíveis para regularização
- Programas de qualificação profissional
Mas enquanto as ideias ficam no papel, o que resta é o velho conflito entre a necessidade de uns e a obrigação de outros. E no meio disso tudo, Manaus perde um pouco do seu charme caótico e autêntico.