
O Ministério Público Federal (MPF) acaba de soltar um veredito que vai dar o que falar: quer o fim imediato do uso de mercúrio na mineração em toda a Amazônia Legal. E não é brincadeira – a recomendação foi enviada ao Ibama nesta terça (6) com um tom de urgência que não deixa margem para dúvidas.
Quem acompanha o noticiário ambiental sabe – o mercúrio é o vilão silencioso dessa história toda. Ele é usado pra separar o ouro de outros materiais, mas o estrago que causa? Bem maior que o lucro. Contamina rios, envenena peixes e, pasme, chega até no prato das comunidades ribeirinhas. Uma bomba-relógio que ninguém deveria ignorar.
Números que assustam
Segundo dados que o MPF esfregou na mesa, a Amazônia já sofre com níveis de mercúrio até 12 vezes acima do considerado seguro. E olha que a região concentra 90% da mineração artesanal do país – ou seja, o problema é gigante e tá literalmente na nossa porta.
"É como jogar veneno no próprio quintal e achar que não vai respingar", comenta um técnico do MPF que preferiu não se identificar. E ele tem razão – os estudos mostram que o mercúrio não respeita fronteiras, viaja pela água e pelo ar, contaminando tudo pelo caminho.
O que muda agora?
O Ibama tem 30 dias pra responder se vai acatar a recomendação. Se der ouvidos (e a pressão pública tá forte), pode significar:
- Fiscalização pesada em garimpos ilegais
- Multas que doem no bolso
- Possível apreensão de equipamentos
Mas tem um porém – sem alternativas viáveis pra substituir o mercúrio, os garimpeiros podem continuar na clandestinidade. "É preciso oferecer soluções, não só proibições", defende um líder comunitário de Itaituba (PA), onde o tema é especialmente sensível.
Enquanto isso, cientistas alertam: cada dia de atraso nessa decisão significa mais vidas impactadas. E o relógio não para...