Corpo preservado por 28 anos em geleira revela segredos do passado — e um alerta para o futuro
Corpo de 28 anos atrás encontrado em geleira derretendo

Era 1997. O mundo assistia ao boom da internet dial-up, às polêmicas da princesa Diana e ao lançamento do primeiro Harry Potter. Enquanto isso, nas montanhas suíças, um homem simplesmente sumia — até que, quase três décadas depois, o gelo decidiu devolvê-lo.

Não é ficção científica: o corpo foi encontrado quase intacto numa geleira que está derretendo a passos largos. Roupas, documentos pessoais e até características faciais ainda reconhecíveis. Uma cápsula do tempo humana que deixou arqueólogos de queixo caído.

O que as botas podem contar

Detalhes miúdos são os mais reveladores. As botas de caminhada, modelo típico dos anos 90, praticamente novas. A mochila com mapas em papel — sim, aqueles que dobram e nunca voltam ao formato original. Até o relógio de pulso parado num horário suspeito: 14h37. O que teria acontecido naquela tarde?

"É como se o tempo tivesse apertado o botão de pausa", comenta o antropólogo Klaus Meier, que trabalha no caso. "Só que agora, com as mudanças climáticas, alguém apertou 'play' de novo."

O derretimento que virou arqueólogo

Eis a ironia cruel: o mesmo fenômeno que ameaça ecossistemas globais está revelando segredos históricos. Só nos Alpes, mais de 300 corpos já emergiram nos últimos 20 anos — alguns da Primeira Guerra Mundial! Mas este caso é diferente.

  • Estado de conservação: nível "múmia natural" (sim, é termo técnico)
  • Idade estimada ao morrer: entre 35 e 45 anos
  • Tempo sob o gelo: suficiente para que seu desaparecimento completasse faculdade, casasse e tivesse filhos

A família já foi localizada — prefere não se identificar. Imagina só receber essa notícia depois de 28 anos? "A dor antiga voltou, mas agora com ponto final", disse um parente em entrevista coletiva, voz embargada.

O verdadeiro iceberg

Por trás da descoberta macabra, um alerta ambiental gritante. Aquela geleira específica perdeu 12% de volume só nos últimos 5 anos. "Estamos literalmente derretendo nossa história", dispara a glacióloga Ana Beatriz Moura.

E o pior? Especialistas garantem que isso é só o começo. Com as atuais taxas de aquecimento, museus naturais inteiros podem virar piscinas — junto com seus segredos congelados.

Enquanto isso, o homem sem nome (por enquanto) aguarda exames forenses finais. Sua história, agora descongelada, serve de lição dupla: sobre a fragilidade humana e o preço do progresso desenfreado.