
Parece que finalmente o mapa do Acre vai ganhar um novo traço – e não é qualquer um. Algo em torno de R$ 800 milhões, para ser mais exato. Uma verba federal que chega com a promessa de refazer um pedaço importante da história: a reconstrução da BR-364.
Quem conhece o trecho entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul sabe que a estrada é mais do que asfalto. É uma espécie de termômetro do isolamento. Quando chove, vira um martírio. Quando seca, vira uma poeira só. E a economia do estado… bem, a economia fica refém desse vai e vem.
Não é só buraco que vai ser tapado
O anúncio do Ministério dos Transportes não veio sozinho. Veio carregado de um discurso que mistura desenvolvimento com integração. A ideia é clara: tirar o Acre do chamado “arquipélago logístico” e reconectá-lo de vez ao resto do país.
E os números? Impressionam. São 106 quilômetros que serão totalmente recuperados. Pontes, drenagem, sinalização – tudo entra na jogada. Mas o que realmente salta aos olhos é o timing. A expectativa é que os editais saiam ainda este ano. Algo raro de se ver por essas bandas.
O que muda na prática?
- Escoamento da produção: O agronegócio respira aliviado. Imagine transportar grãos e carne sem o medo constante de atolamentos e atrasos.
- Turismo: A estrada é a porta de entrada para belezas naturais que hoje muitos hesitam em visitar pela dificuldade de acesso.
- Segurança: Trafegar à noite ou em dias de chuva deixa de ser uma roleta-russa.
- Custo de vida: Tudo que chega de caminhão fica mais barato quando o trajeto é mais rápido e seguro.
Não é exagero dizer que é uma das obras mais aguardadas das últimas décadas por aqui. Gerações de acreanos cresceram ouvindo que “dessa vez vai”. Agora, com a caneta do governo federal pressionando o acelerador, a esperança é que o vai virar vem.
Claro, sempre tem um pé atrás. Promessa de obra grande no Norte do país é algo que, historicamente, esbarra em orçamentos que evaporam, licitações que emperram e prazos que se esticam como massa de pastel. Mas a sensação agora é diferente. Talvez pelo volume de recursos, talvez pelo tom de urgência do governo.
Uma coisa é certa: se sair do papel, a nova BR-364 não será apenas uma estrada. Será um símbolo. O fim de uma era de isolamento e o começo de um novo caminho – literalmente – para o desenvolvimento do Acre.