
Imagine abrir a porta de casa e se deparar com uma montanha de livros escolares novinhos — sim, daqueles que custam uma pequena fortuna — jogados como lixo comum num terreno baldio. Pois essa cena surreal aconteceu de verdade em Caçapava, no interior de São Paulo, e tá dando o que falar.
A Polícia Militar Ambiental abriu uma investigação séria depois que uma denúncia anônima — sempre elas — levou os agentes até um descampado na Vila Industrial. Lá, centenas de livros didáticos, muitos sequer usados, estavam espalhados pelo chão, encharcados pela chuva e cobertos de lama. Um desperdício que dói no bolso e na alma.
O que se sabe até agora?
Segundo a polícia, os materiais foram encontrados na última terça-feira (20), mas tudo indica que estavam ali há alguns dias. As editoras FTD e Editora do Brasil — duas gigantes do segmento — aparecem nas capas de várias obras. Cadernos de atividades, livros de literatura infantil, apostilas de matemática… Tudo misturado com entulho e restos de construção.
O pior? Muitos tinham claras marcas de nunca terem sido abertos. Páginas intactas, exercícios em branco, cheiro de novo. Uma cena que beira o absurdo num país onde faltam recursos básicos em tantas escolas.
E agora, quem responde por isso?
Eis a pergunta de um milhão de dólares. A PM Ambiental já notificou as editoras — que, pasmem, disseram não ter nenhum programa de descarte ou logística reversa na região. Ou seja: alguém agiu por conta própria, sem critério nenhum.
O delegado responsável pelo caso deixa claro: isso não é só uma questão ambiental. É crime. Descarte irregular de resíduos sólidos rende multa pesada e pode levar a processo por crime ambiental. E se descobrirem que veio de órgão público? Aí a coisa fica ainda mais feia.
Enquanto isso, os livros foram recolhidos — triste fim para algo que deveria alimentar mentes, não aterros sanitários. A população tá indignada, como era de se esperar. Nas redes sociais, o assunto viralizou: "vergonha", "desrespeito" e "que país é esse?" são alguns dos comentários mais leves.
O caso segue em investigação. Se você sabe de algo — quem fez, por que fez —, a polícia pede para que denuncie. Afinal, educação não se joga no lixo. Literalmente.