Dois integrantes do grupo Just Stop Oil receberam sentenças de prisão após um protesto radical que resultou em danos a uma valiosa obra do mestre impressionista Edgar Degas. O incidente ocorreu na National Gallery of Scotland, em Edimburgo, e chocou o mundo das artes.
Em outubro do ano passado, os ativistas Timothy Findlay, de 21 anos, e Emily Brocklebank, de 24 anos, colaram as mãos na moldura do quadro "Russian Dancers", de 1899, durante uma ação de protesto contra a indústria de combustíveis fósseis. A cola utilizada pelos manifestantes causou danos significativos à moldura histórica da obra.
As consequências jurídicas
Em julgamento realizado no Tribunal de Edimburgo, os ativistas foram condenados por vandalismo e violação de propriedade. Findlay recebeu sentença de oito meses de prisão, enquanto Brocklebank foi sentenciada a seis meses de detenção.
O juiz responsável pelo caso foi enfático ao afirmar que "o direito à protesto não inclui o direito de destruir propriedade pública ou privada". A sentença serve como um alerta para outros grupos que possam considerar ações similares.
Repercussão no mundo das artes
O diretor da National Gallery of Scotland expressou profunda preocupação com o incidente, destacando que "obras de arte são patrimônio cultural da humanidade e devem ser preservadas para as futuras gerações".
Especialistas em conservação artística estimam que os reparos na moldura danificada podem custar milhares de libras e exigir meses de trabalho especializado.
O debate sobre os métodos de protesto
O caso reacendeu o debate sobre os limites do ativismo ambiental. Enquanto alguns defendem que medidas radicais são necessárias para chamar atenção para a crise climática, outros argumentam que danificar patrimônio cultural é contraproducente para a causa ambiental.
O grupo Just Stop Oil já realizou protestos similares em outros museus do Reino Unido, mas esta é a primeira vez que seus integrantes recebem sentenças de prisão efetivas.