
Imagine acordar com o caos. Chamas tomando conta de tudo, o desespero correndo solto e, de repente, você está na rua. Sem nada. Foi exatamente isso que aconteceu com aquelas noventa famílias do Marapé, em Santos, no fim de semana daquela sexta-feira negra.
O governo estadual – sabe como é, essas coisas demoram, mas parece que finalmente saíram do papel – anunciou a liberação de R$ 450 mil. Uma grana que, convenhamos, não vai repor memórias que viraram cinza, mas pelo menos ajuda a comprar um colchão, um prato de comida, um fio de esperança.
Como é que vai funcionar na prática?
Pois é. A informação que chegou é que a Secretaria de Justiça e Cidadania tá com a caneta na mão. Eles que vão gerenciar essa parada toda, repassando a grana para a prefeitura local botar a mão na massa. A ideia é que o dinheiro seja usado para itens de necessidade básica, urgentíssimos: cestas básicas, kit de higiene, remédios... o essencial que ninguém deveria ficar sem.
Não foi fácil, viu? A Defesa Civil estadual deu o aval depois de uma avaliação minuciosa dos estragos. E olha, os bombeiros trabalharam que era uma loucura para controlar aquela fera de fogo. Um trabalho hercúleo, digno de cinema.
E agora, José?
As famílias, claro, ainda estão se reerguendo. É uma situação frágil, daquelas que a gente só torce para nunca passar. A assistência social municipal já está no terreno, fazendo a triagem e o cadastramento de todo mundo. É um passo de cada vez. Primeiro, um teto. Depois, o básico para sobreviver. A vida, aos poucos, vai voltando ao seu eixo.
É nessas horas que a gente vê a importância de um poder público que funcione – mesmo que, às vezes, a gente tenha a impressão de que ele anda de vagar. Dessa vez, a máquina parece ter engrenado. Um alívio, ainda que tardio, para quem perdeu tudo.