
Parece que a justiça resolveu dar um tempo no caos — pelo menos por sete dias. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) decidiu, nesta segunda-feira (28), que os serviços de saúde nos presídios fluminenses não podem ser interrompidos tão cedo. Uma vitória? Talvez. Alívio temporário? Com certeza.
O que estava prestes a virar um desastre humanitário — cortes no atendimento médico para detentos — foi brecado in extremis. A empresa terceirizada responsável, que já vinha reclamando de calotes nos pagamentos, ameaçava fechar as portas das enfermarias. Imagina só: milhares de presos sem acesso a remédios, consultas ou emergências.
O pulo do gato judicial
Numa jogada que mistura bom senso com urgência, a 1ª Câmara Cível do TJRJ deu um prazo curto mas vital: uma semana. Tempo suficiente, espera-se, para o governo do estado resolver essa bagunça financeira. Detalhe curioso: a decisão veio após o Ministério Público do Estado (MPRJ) entrar com uma ação civil pública. Alguém estava de olho.
Os números assustam:
- Mais de 50 mil presos dependem desse serviço
- Atendimentos médicos variam de consultas simples a emergências graves
- Sem essa rede, os hospitais públicos iriam entrar em colapso — de novo
E agora?
O governo estadual — que anda com a corda no pescoço financeiramente — precisa correr contra o relógio. Sete dias voam, especialmente na máquina pública. Se não resolverem essa pendenga, aí sim a coisa vai pegar fogo. Literalmente.
Enquanto isso, nos presídios, a rotina segue tensa. Médicos e enfermeiros respiram aliviados, mas sabem que é só um intervalo. "Trabalhamos no modo crise há anos", confessou um profissional que preferiu não se identificar. "Mas dessa vez quase chegamos no limite."