Era para ser mais um domingo tranquilo no bairro de São Cristóvão, subúrbio de Salvador, mas o que começou como um dia comum terminou em tragédia. Por volta das 16h30 de ontem, uma cena cotidiana — uma pipa presa na fiação — tornou-se o cenário de uma fatalidade que chocou a comunidade local.
A vítima, identificada como Adriana Santos, 41 anos, cometeu um erro que muitos de nós poderíamos cometer num momento de distração. Ao ver a pipa do filho presa nos fios, ela não pensou duas vezes. Pegou uma barra de metal — dessas que a gente tem em casa pra tudo quanto é serviço — e tentou alcançar o brinquedo.
O que aconteceu depois foi rápido e brutal. A barra tocou na rede de alta tensão, e o choque foi instantâneo. Vizinhos relatam ter ouvido um estampido seco, seguido pelo cheiro característico de queimado que impregnou o ar pesado da tarde.
Os minutos decisivos
Testemunhas correram para ajudar, mas já era tarde demais. O corpo de Adriana já estava sem vida quando os bombeiros chegaram, cerca de vinte minutos depois. Imagina a cena: aquele alvoroço, gente gritando, crianças assustadas — e no centro de tudo, uma vida interrompida por um segundo de imprudência.
Os profissionais do Corpo de Bombeiros que atenderam a ocorrência não escondiam a consternação. "É sempre doloroso ver uma morte evitável", comentou um dos soldados, que preferiu não se identificar. "As pessoas subestimam perigos que parecem comuns, mas que escondem riscos fatais."
Um alerta que vem se repetindo
O pior é que não é a primeira vez que isso acontece — nem vai ser a última, se a gente não prestar atenção. Só neste ano, a Coelba registrou pelo menos três ocorrências similares na Bahia, todas com desfechos trágicos. E olha que a empresa vive fazendo campanhas educativas, mas parece que a mensagem não chega onde precisa.
O que muita gente não entende — e aí é que mora o perigo — é que a rede elétrica não perdoa. São milhares de volts passando por aqueles fios aparentemente inocentes. Um contato mínimo basta para uma descarga capaz de parar um coração.
- Nunca use objetos metálicos perto da rede elétrica
- Mantenha distância mínima de 3 metros dos fios
- Oriente crianças sobre os perigos de empinar pipas perto da fiação
- Prefira locais abertos e distantes da rede elétrica para brincadeiras
A família de Adriana agora se prepara para o velório, marcado para hoje no mesmo bairro onde a tragédia aconteceu. Vizinhos se revezam para dar apoio ao marido e ao filho de 9 anos, que perdeu a mãe e sua pipa no mesmo dia.
É daquelas histórias que a gente ouve e pensa: "poderia ter sido comigo". E talvez seja exatamente esse pensamento que devia nos fazer ter mais cuidado. Porque no fim das contas, a diferença entre um dia normal e uma tragédia às vezes é só um descuido de segundos.
