
Um silêncio pesado paira sobre a Rua Doutor Raul Veiga, no centro de Santo Antônio de Pádua. A fachada negra do prédio de três andares é a única que conta, a seu modo mudo e brutal, a história do pesadelo que começou naquela madrugada de quinta-feira. As chamas, sim, aquelas sim, fizeram um barulho infernal — consumindo tudo pelo caminho, móveis, memórias, e infelizmente, uma vida.
A dona de casa de 67 anos, que todos conheciam pela sua calma e pelos seus biscoitos de polvilho, não conseguiu escapar. Uma perda irreparável que deixa a cidade de luto e com o coração apertado. Que fim triste, meu Deus.
Os bombeiros, aqueles heróis de uniforme sujo de fuligem, chegaram rápido — mas contra o fogo, às vezes, rápido nunca é rápido o suficiente. Eles lutaram, suaram, e conseguiram controlar o monstro de labaredas antes que ele pulasse para os outros imóveis. Uma vitória amarga, digamos assim.
E Agora, José? A Longa Espera dos Moradores
O que fazer quando sua casa vira um cenário de guerra? A Defesa Civil, em um trabalho minucioso e cheio de cautela, finalmente deu um veredito: uma parte do prédio já pode ser habitada. Já a outra… bem, a outra ainda é um risco. A estrutura ficou comprometida, e ninguém quer uma segunda tragédia.
Os moradores, aqueles que perderam tudo e ainda por cima tiveram que encarar a dor da vizinha, estão divididos entre o alívio e a ansiedade. Alguns já podem voltar — mas voltar para o quê? Para as paredes encharcadas e o cheiro forte de fumaça que gruda na roupa? É complicado.
A Investigação Segue: O Que Será que Aconteceu?
Ninguém soltou um palpite oficial ainda, mas o boato na pracinha é de que um curto-circuito na rede elétrica pode ter sido o estopim. Sabe como é, aquela fiação antiga, cheia de gambiarra, que a gente sempre deixa pra consertar depois… e o depois às vezes vira nunca.
A Polícia Civil abriu um inquérito — claro — para apurar as causas reais do incêndio. E também, vamos ser francos, para descartar qualquer outra possibilidade mais nefasta. Até lá, é torcer para que a justiça — e a prevenção — prevaleçam.
Enquanto isso, a cidade tenta seguir em frente, mas é impossível ignorar o cheiro de cinza que ainda impregna o ar. Um lembrete cruel de como tudo pode mudar em uma única noite.