Não foi um dia qualquer em Passo Fundo. Por volta das 14h30 desta sexta-feira (2), o que começou como uma tarde tranquila virou pesadelo num apartamento da Rua Uruguai. As chamas — aquela coisa traiçoeira que não avisa quando chega — engoliram paredes, móveis e, quase, uma vida.
Os bombeiros, aqueles heróis de uniforme amarelo que a gente só lembra quando o desespero bate, chegaram feito furacão. Mas o que encontraram não era simples. Um homem, ainda não identificado, estava lá: 70% do corpo transformado em ferida aberta. Setenta por cento. Quase três quartos da pele queimada. Dá pra imaginar?
O socorro que virou corrida contra o tempo
"Quando a gente chegou, o fogo já tinha feito estrago", contou um dos bombeiros, a voz ainda meio rouca de tanto gritar ordens no calor do momento. O apartamento — um dos tantos daquela região central — parecia ter virado palco de filme catástrofe. E no meio do caos, ele: o homem que, por sorte ou destino, sobreviveu pra contar.
O Corpo de Bombeiros não perdeu tempo. Enquanto uns dominavam as chamas que teimavam em voltar, outros cuidavam do ferido. "Foi direto pro hospital", disseram. E não era pra menos — queimadura dessa magnitude não é brincadeira. A pele, a gente sabe, é o maior órgão do corpo. E quando ela vira cinza...
E agora?
As causas? Aí é que tá. Ninguém sabe ainda. Pode ter sido um curto, um descuido com o fogão, um cigarro mal apagado — a vida às vezes vira fumaça por coisas pequenas. A perícia vai ter que fuçar nos escombros pra descobrir. Enquanto isso, o prédio, que por sorte não pegou todo, ficou com aquele cheiro que gruda: de tragédia e alívio misturados.
Moradores da região — esses que sempre acham que desgraça é coisa da TV — ficaram de queixo caído. "Nunca pensei que veria isso aqui", comentou uma senhora que pediu pra não ter o nome divulgado. Medo, né? A gente mora achando que tá seguro até o dia em que...
O homem, esse guerreiro sem nome ainda, segue internado. Queimadura grave é daquelas coisas que não se tratam num piscar de olhos. Vai precisar de pele nova, de cuidado extremo, de sorte — muita sorte. Enquanto isso, Passo Fundo ganha mais uma história pra contar. Daquelas que a gente preferia que nunca tivesse acontecido.
