Incêndio em casarão histórico no Centro de Salvador deixa rastro de destruição e preocupa moradores
Incêndio em casarão histórico no Centro de Salvador

O coração de Salvador acordou em sobressalto nesta quarta-feira (17). Um casarão que resistiu ao tempo — testemunha silenciosa de séculos de história — virou palco de labaredas que pintaram o céu de cinza. O fogo, teimoso como o sol baiano, consumiu paredes cheias de memórias e colocou o Centro Histórico em estado de alerta.

Por volta das 8h30, quem passava pela região viu o pesadelo começar. As chamas, que pareciam dançar um samba macabro, rapidamente ganharam força. Vizinhos relatam ter ouvido estalidos assustadores — madeira centenária cedendo ao calor implacável.

Corrida contra o tempo

Os bombeiros chegaram como heróis de um filme de ação, mas a batalha estava longe de ser fácil. "Parecia que o fogo tinha vida própria", contou um soldado, com a voz ainda rouca da fumaça. Cinco viaturas e um caminhão autoescada tentaram domar o incêndio, que teimava em se espalhar.

  • Prédios vizinhos foram evacuados às pressas
  • Trânsito no local ficou caótico
  • Comerciantes fecharam as portas, assustados

O pior? Ninguém sabe ao certo como tudo começou. Teoria da conspiração à parte, os especialistas suspeitam de um curto-circuito — aquela velha combinação perigosa entre fiação antiga e destino cruel.

Patrimônio em perigo

Salvador, cidade que já viu de tudo, desde invasões holandesas até carnavais épicos, agora vê parte de sua história virar fumaça. O casarão, que resistiu a décadas de abandono (porque sim, o poder público adora negligenciar o passado), não aguentou o ataque das chamas.

E olha que a coisa foi feia: segundo testemunhas, as labaredas chegaram a atingir o terceiro andar, ameaçando prédios ao redor. Uma senhora de 82 anos, que mora há meio século na região, disse entre lágrimas: "Aqui já foi bonito, agora só resta lembrar".

Enquanto isso, o Corpo de Bombeiros trabalha para evitar o pior. "Estamos monitorando pontos quentes", explicou um tenente, enquanto ajustava o capacete. A operação continuará até que a última brasa seja apagada — porque em Salvador, quando o fogo começa, ninguém pode bobear.