
Não dá pra acreditar como um simples descuido pode virar a vida de uma família de cabeça pra baixo. Na tarde de ontem, um incêndio assustador consumiu uma casa humilde no município de São Domingos do Capim, no Pará, e o pior aconteceu: uma criança, que nem teve tempo de viver direito, acabou morrendo no meio das chamas.
Segundo os bombeiros que chegaram rápido no local — mas não rápido o bastante —, o fogo começou por volta das 15h, quando a maioria das pessoas ainda estava no trabalho. A vizinhança, ao perceber as labaredas altas, tentou ajudar, mas o calor era tanto que ninguém conseguia chegar perto. "Foi como se o inferno tivesse aberto as portas", contou um morador ainda tremendo, horas depois.
O que sabemos até agora?
As investigações preliminares — e aqui a gente tem que tomar cuidado com especulações — sugerem que o incêndio pode ter começado por causa de um curto-circuito na parte elétrica da casa. Mas olha só: a estrutura já era velha, daquelas que a fiação parece um novelo de lã desencapado. A prefeitura, aliás, tinha um programa pra trocar essas instalações perigosas, mas parece que não chegou a tempo nesse caso.
A criança, cujo nome a família pediu pra não divulgar ainda, tinha apenas 6 anos. Tava sozinha em casa? A gente não sabe ao certo. O que dói é pensar que poderia ter sido evitado — sempre poderia, não é mesmo?
E agora?
Enquanto os peritos fazem o trabalho deles, a comunidade já se mobiliza. Doações de roupas, comida e até materiais de construção começaram a aparecer. É nessas horas que a gente vê o melhor (e o pior) das pessoas. Alguns choram, outros rezam, uns poucos só ficam olhando — cada um lida com a dor do seu jeito.
O corpo da criança foi levado para o IML de Castanhal, e o velório deve acontecer ainda hoje. A família, destruída, recebe apoio de assistentes sociais, mas convenhamos: nenhum apoio no mundo apaga essa dor.
E aí, fica o questionamento: quantas casas por aí estão com o mesmo perigo escondido nas paredes? Quando é que a gente vai aprender que prevenção não é luxo, é necessidade básica? Mas perguntas, infelizmente, não trazem ninguém de volta.