Parece que a tragédia estava escrita nas paredes — literalmente. O DF Legal, aquela galera que deveria garantir que tudo funcione direito, já tinha botado o dedo na ferida meses antes. A casa de recuperação que virou notícia pelo pior motivo possível — um incêndio de assustar — já estava na mira das autoridades desde maio.
E não foi uma notinha de advertência não. Foi interdição total, na base do «fecha tudo agora»! A gente se pergunta: como é que um lugar desses, sabidamente irregular, continuou funcionando como se nada tivesse acontecido?
O que deu errado?
Pois é. A papelada da interdição saiu no Diário Oficial do Distrito Federal no dia 7 de maio — mas, aparentemente, alguém não leu o jornal naquele dia. A casa, que deveria estar vazia e com os cadeados do poder público, seguia cheia de pessoas tentando recomeçar a vida.
E aí, no fim de semana, o fogo. E não foi pouco. Dois mortos, vários feridos — um cenário de guerra, no coração do Brasil. Os bombeiros correram, lutaram contra as chamas, mas a pergunta que não quer calar é: isso era mesmo inevitável?
Fiscalização no papel vs. realidade
O DF Legal emitiu a interdição, mas e depois? Quem foi lá verificar se a ordem estava sendo cumprida? Às vezes me pego pensando se essas medidas não viram só letra morta — documento que enche gaveta, mas não protege ninguém.
E as famílias? Ah, as famílias... ficaram naquele desespero mudo de quem confiou o ente querido a um lugar que prometia cuidado e deu nisso. É de cortar o coração.
Agora, o governo diz que vai apurar — sempre apuram, não é? — mas a verdade é que a gente já sabe de uma coisa: falhou. O sistema falhou redondo.
E enquanto isso, histórias como essa se repetem. Será que vamos esperar a próxima tragédia para agir de verdade?
