
Não foi um tremor de terra, mas quase. Na manhã desta segunda-feira (1º), um pedaço da Rua Juracy Magalhães, no coração de Feira de Santana, simplesmente cedeu. E não foi um mero buraquinho — era uma cratera de respeito, daquelas que faz você pensar duas vezes antes de sair de casa.
O protagonista involuntário dessa cena surreal foi um carro de passeio, que de passeio não teve nada. De repente, o asfalto sumiu debaixo das rodas dianteiras. O veículo foi engolido parcialmente, ficando com a traseira pra cima, como se fosse um cavalo empinado. Uma imagem digna de filme-catástrofe, mas com um elenco de apenas uma pessoa: o motorista.
E aqui vem a parte que beira o milagre: o condutor conseguiu sair do carro sozinho. Ileso. Sem um arranhão. A sorte dele foi tamanha que dá até para questionar se ele tinha um trevo de quatro folhas no painel. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas felizmente seu trabalho se resumiu a garantir que não havia mais riscos — o herói da história já havia se salvado.
O Problema que Virou Paisagem Urbana
O que assusta, pra ser sincero, não é o acidente em si — foi isolado e, graças a Deus, sem vítimas. O verdadeiro susto é que isso não é mais novidade. Buracos, fissuras e crateras estão se tornando parte da mobília urbana de Feira de Santana. A população já até se acostumou a desviar como se fosse um slalom olímpico a caminho do trabalho.
A Rua Juracy Magalhães, onde o fato ocorreu, é uma via movimentada. Não é um beco esquecido. E isso levanta uma série de questionamentos incômodos sobre a manutenção preventiva (ou a falta brutal dela) que nossas ruas vêm recebendo. Até quando?
E Agora, José?
Após o resgate do veículo — operação que exigiu um guincho e muita paciência —, o buraco foi isolado. Cavaletes e fitas amarelas agora sinalizam o perigo. É um remendo provisório para um problema crônico, uma solução paliativa que não resolve a doença, apenas trata um sintoma.
Enquanto isso, o cidadão comum fica se perguntando: quem será o próximo? Será que preciso sair de casa com um kit de sobrevivência para crateras? A situação é tão absurda que chega a ser quase cômica — se não fosse tão trágica.
Uma coisa é certa: o motorista envolvido vai ter uma história para contar pelo resto da vida. E Feira de Santana ganha mais um capítulo em seu manual de sobrevivência no trânsito.