Era para ser um dia de celebração, de orgulho nacional. Mas para a família do cabo PM Alexandre Alves da Silva, o desfile de 7 de setembro de 2024 se transformou em uma tragédia irreparável. Tudo aconteceu durante os ensaios, na véspera da data patriótica. O cavalo que ele montava, parte da tradição da corporação, simplesmente… caiu. E com ele, veio abaixo a vida de um homem de 38 anos.
A queda foi brutal. O impacto, fatal. Alexandre não resistiu aos ferimentos e seu coração parou de bater ainda no Hospital do Servidor Público Estadual, na capital paulista. Deixou uma esposa, dois filhos jovens e um vazio que nenhuma palavra preenche.
O Silêncio que Grita por Respostas
Passado o luto inicial – se é que um luto assim algum dia passa –, a família esbarra num muro de silêncio. O que realmente levou o animal a cair? Havia algum problema com o equipamento? Eram condições seguras para aquele treinamento? Perguntas que ecoam na cabeça da viúva, Rosana Aparecida da Silva, e não encontram eco nas instituições.
— A gente quer entender. Precisamos entender — diz ela, com uma mistura de dor e determinação que só quem perdeu tudo conhece. — Ele vestia a farda com orgulho. Merece que a verdade venha à tona.
Uma Reivindicação por Justiça… e por Dignidade
Além das explicações – que pra eles valem mais que ouro –, a família moveu uma ação na Justiça. Eles pedem uma indenização de R$ 200 mil ao estado de São Paulo. Mas, calma aí, que ninguém pense que é só sobre dinheiro. Longe disso.
É sobre responsabilidade. É sobre reconhecer que aquela morte poderia, talvez, ter sido evitada. O valor, argumenta o advogado da família, cobre danos morais e os prejuízos financeiros causados pela perda do seu principal provedor.
O caso, que agora está nas mãos da Vara de Fazenda Pública, joga um holofote cruel sobre um risco que muitos nem imaginam: o perigo por trás das tradições. Desfilar a cavalo é algo bonito de se ver, mas… é tão seguro para quem está na sela?
O governo do estado, por sua vez, confirmou o acidente através de uma nota. Ofereceu condolências – o que é o mínimo, convenhamos – mas se calou sobre qualquer detalhe que pudesse clarear as sombras que envolvem o ocorrido. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) também se limitou a confirmar o óbito.
Enquanto a burocracia judicial segue seu curso lento, uma família tenta reconstruir a vida. E carrega uma certeza: a lembrança de Alexandre, o PM que morreu representando seu país, não será esquecida. E a luta por respostas? Essa só está começando.
